A gastronomia vimaranense é manifestamente reconhecida e apreciada, mas a pergunta sobre qual o prato típico de Guimarães fica geralmente sem resposta. Ou seja, Guimarães é terra de bem comer, os cozinheiros dos nossos restaurantes são mestres do tempero e sabem como ninguém aprimorar receitas convencionais, mas a verdade é que não existe objectivamente um prato que seja apenas nosso, que nos distinga de outras terras, que permita uma experiência gastronómica única.
A constatação desta realidade foi o mote para uma parceria que envolveu os serviços de turismo da Câmara Municipal e a APHORT - Associação Portuguesa de Hotelaria, Restauração e Turismo, liderando o projecto "Prove Guimarães", hoje concluído com a apresentação do "Naco à Conquistador", um novo e original prato para a gastronomia vimaranense nascido da reflexão e trabalho do reputado Chef Vinagre e de alguns cozinheiros e empresários da restauração de Guimarães.
O objectivo é dotar a cozinha local com uma refeição que possa conquistar o paladar mas exigente, utilizando ingredientes próprios da nossa região e que se destaque por alguns elementos distintivos. O novo "Naco à Conquistador" caracteriza-se pela simplicidade da solução: uma porção generosa (nunca inferior a 180gr) da suculenta carne de alcatra, temperada apenas com sal e grelhada, batatinhas a murro e grelos salteados. O naco de carne é trespassado por uma réplica da espada de Afonso Henriques (desenhada e produzida pela Herdmar), e aconselha-se acompanhamento de um bom vinho branco verde da nossa Adega Cooperativa (o Praça de S. Tiago é excelente) e um doce conventual para sobremesa, Tortas ou Toucinho do Céu, estes sim tipicamente nossos.
A simplicidade da solução não a desmerece porém. Pelo contrário. Hoje, perante cerca de 50 convidados, entre os quais os cozinheiros e proprietários dos 21 restaurantes vimaranenses que aderiram ao projecto (e só esses estão autorizados a confeccionar o prato e a utilizar o selo de restaurante aderente emitido pelo Turismo de Guimarães), elogiou-se a superior qualidade da carne, o esmero da sua confecção e a curosidade que desperta a réplica da espada, elemento que se destaca e que pode ajudar à sua notoriedade, pois todos a queriam como recordação.
Num mercado cada vez mais competitivo, a diferenciação e a procura de novos clientes é um dos caminhos que conduz ao sucesso.
Em Guimarães, num processo que envolveu os vários agentes locais, ousou-se pensar e criar um prato típico vimaranense. Uns dirão que é uma idiotice. Eu acho que a isto se chama ousadia, empreendedorismo, inovação. Três palavras mágicas que ajudam a fazer a diferença nestes tempos de crise generalizada.
Mais uma vez, Guimarães dá o exemplo!
terça-feira, 13 de março de 2012
2012 minutos a nadar
Pouco passava das 19 horas do passado domingo quando o cronómetro instalado numa das paredes do Complexo Municipal de Piscinas parava no número 2012.
Quase 34 horas depois do primeiro nadador ter iniciado uma autêntica maratona e festa da natação, cumpria-se o objetivo definido pela cooperativa Tempo Livre de reunir o maior número de participantes na iniciativa "2012 Minutos a Nadar", integrada no âmbito da Capital Europeia da Cultura.
Foram mais de 1.900 os participantes, com dezenas de clubes e nadadores de todo o país e atividades de animação desportiva com jogos de pólo aquático, natação sincronizada, hidroginástica, fitness e dança. Crianças, jovens, aldultos e idosos, profissionais do nado e puros amadores, uns e outros imbuídos do espírito de celebrar o desporto e a prática da atividade física regular, em todos foi visivel a alegria espontânea de ser parte de um evento que marca indelevelmente a qualidade do desporto em Guimarães e a mestria dos seus organizadores.
No final, com as bancadas repletas de público, o aplauso generalizou-se, não só pelo sucesso da iniciativa, mas também homenageando um nadador de Portimão, de nome Paulo Sousa, que numa pista paralela nadou durante 12 horas seguidas, preparando em Guimarães a dupla travessia do Estreito de Gibraltar, projeto pessoal de grande dimensão e só ao alcance de muito, muito poucos.
Foi uma excelente iniciativa, que igualmente serviu para mostrar a todos a qualidade dos profissionais da Tempo Livre, principalmente daqueles que trabalham no Complexo de Piscinas. Durante um dia e meio nada faltou, tudo foi impecavelmente organizado, numa prova evidente que a competência das organizações é o elemento indutor decisivo para o incremento da taxa de participação desportiva, que em Guimarães já é das maiores do território nacional.
Quase 34 horas depois do primeiro nadador ter iniciado uma autêntica maratona e festa da natação, cumpria-se o objetivo definido pela cooperativa Tempo Livre de reunir o maior número de participantes na iniciativa "2012 Minutos a Nadar", integrada no âmbito da Capital Europeia da Cultura.
Foram mais de 1.900 os participantes, com dezenas de clubes e nadadores de todo o país e atividades de animação desportiva com jogos de pólo aquático, natação sincronizada, hidroginástica, fitness e dança. Crianças, jovens, aldultos e idosos, profissionais do nado e puros amadores, uns e outros imbuídos do espírito de celebrar o desporto e a prática da atividade física regular, em todos foi visivel a alegria espontânea de ser parte de um evento que marca indelevelmente a qualidade do desporto em Guimarães e a mestria dos seus organizadores.
No final, com as bancadas repletas de público, o aplauso generalizou-se, não só pelo sucesso da iniciativa, mas também homenageando um nadador de Portimão, de nome Paulo Sousa, que numa pista paralela nadou durante 12 horas seguidas, preparando em Guimarães a dupla travessia do Estreito de Gibraltar, projeto pessoal de grande dimensão e só ao alcance de muito, muito poucos.
Foi uma excelente iniciativa, que igualmente serviu para mostrar a todos a qualidade dos profissionais da Tempo Livre, principalmente daqueles que trabalham no Complexo de Piscinas. Durante um dia e meio nada faltou, tudo foi impecavelmente organizado, numa prova evidente que a competência das organizações é o elemento indutor decisivo para o incremento da taxa de participação desportiva, que em Guimarães já é das maiores do território nacional.
segunda-feira, 5 de março de 2012
Santuário desportivo da cidade reabriu portas
Reabriu as portas ontem à utilização sem reservas o Pavilhão do INATEL, a primeira e mais emblemática infra-estrutura desportiva coberta da nossa cidade, depois de muitos anos em que a degradação se assenhorou dele, ao ponto de praticamente inviabilizar a sua utilização para qualquer fim desportivo.
A 23 de Setembro próximo completa 45 anos de existência, depois de ter sido inaugurado pelo então Chefe de Estado, Américo Tomás. Na altura foi a primeira instalação desportiva indoor que a cidade recebeu e por lá passaram muitas gerações de jovens atletas, em várias modalidades, que a consideravam como sua segunda casa.
Conheci o INATEL quando frequentava o ciclo (no edifício que hoje alberga a Câmara Municipal), pois era nele que tinha as minhas aulas de educação física; foi, depois, o meu local de treino e jogo, durante vários anos, altura em que joguei andebol, primeiro pelo Académico, depois pelo Vitória. Foi, ainda, refúgio de muitos sábados e domingos, onde sempre acontecia um jogo qualquer; foi ponto de encontro de amigos, de namoro, de intervalo para um jogo de snooker no Meia Noite, de espera para um jogo do Vitória no estádio, mesmo ali ao lado.
Foi, para mim e para muitos outros, um verdadeiro santuário desportivo. E foi com incontida emoção que ontem fiz o discurso de reabertura do Pavilhao, agora na condição de Vereador do Desporto desta cidade e enquanto responsável pelas negociações que ao longo dos últimos anos foram feitas para convencer a Fundação INATEL a entregar o Pavilhão à Câmara Municipal, permitindo a sua requalificação.
Em 2004, por altura do Europeu de Futebol, a tentativa de entendimento esbarrou numa administração da INATEL que preferia ter o pavilhão fechado a entregá-lo a uma autarquia; nos anos seguintes, a teimosia persistiu. Até que em 2009 a Fundação passou a ser gerida por um cavalheiro e reputado gestor, de nome Vítor Ramalho, a quem presto homenagem, que após uma única reunião, de pouco mais de uma hora, me disse estar totalmente disponível para estabelecer os termos de um protocolo de cedência deste pavilhao. Nem um mês depois o protocolo estava assinado; pouco depois garantiu-se financiamento comunitário e, não fosse a necessidade de acolher os alunos da Escola Francisco de Holandês durante um ano e meio, por força das obras de requalificação da mesma, e talvez o dia de ontem já tivesse sido bastante antecipado.
Paciência. Está feito. O Pavilhao do INATEL está como novo, com novos balneários, nova cobertura, nova instalação eléctrica. Só o piso, o velhinho piso de Madeira se aproveitou. E agora foi devolvido à cidade, aos desportistas e aos clubes, e em breve se transformará no palco de competições desportivas de outros tempos.
Ontem, para comemorar o seu renascimento, convidamos as velhas glórias do voleibol feminino e do andebol masculino, das gerações de 50 e 60, para disputar dois jogos onde só a emoção e amizade permitiram disfarçar o jeito que se perdeu e os músculos que não obedeciam ao comando cerebral. Surpreendentemente, o Pavilhão encheu-se de gente para ver a velhada, e mesmo os antigos zeladores do espaço fizeram questão de marcar presença, recebendo em troca a justa homenagem de todos.
Foi um dia bonito para o desporto vimaranense. Voltamos a ser jovens e valentes. Regressamos à casa que nos ajudou a crescer como homens e desportistas. O INATEL pertence-nos outra vez.
A 23 de Setembro próximo completa 45 anos de existência, depois de ter sido inaugurado pelo então Chefe de Estado, Américo Tomás. Na altura foi a primeira instalação desportiva indoor que a cidade recebeu e por lá passaram muitas gerações de jovens atletas, em várias modalidades, que a consideravam como sua segunda casa.
Conheci o INATEL quando frequentava o ciclo (no edifício que hoje alberga a Câmara Municipal), pois era nele que tinha as minhas aulas de educação física; foi, depois, o meu local de treino e jogo, durante vários anos, altura em que joguei andebol, primeiro pelo Académico, depois pelo Vitória. Foi, ainda, refúgio de muitos sábados e domingos, onde sempre acontecia um jogo qualquer; foi ponto de encontro de amigos, de namoro, de intervalo para um jogo de snooker no Meia Noite, de espera para um jogo do Vitória no estádio, mesmo ali ao lado.
Foi, para mim e para muitos outros, um verdadeiro santuário desportivo. E foi com incontida emoção que ontem fiz o discurso de reabertura do Pavilhao, agora na condição de Vereador do Desporto desta cidade e enquanto responsável pelas negociações que ao longo dos últimos anos foram feitas para convencer a Fundação INATEL a entregar o Pavilhão à Câmara Municipal, permitindo a sua requalificação.
Em 2004, por altura do Europeu de Futebol, a tentativa de entendimento esbarrou numa administração da INATEL que preferia ter o pavilhão fechado a entregá-lo a uma autarquia; nos anos seguintes, a teimosia persistiu. Até que em 2009 a Fundação passou a ser gerida por um cavalheiro e reputado gestor, de nome Vítor Ramalho, a quem presto homenagem, que após uma única reunião, de pouco mais de uma hora, me disse estar totalmente disponível para estabelecer os termos de um protocolo de cedência deste pavilhao. Nem um mês depois o protocolo estava assinado; pouco depois garantiu-se financiamento comunitário e, não fosse a necessidade de acolher os alunos da Escola Francisco de Holandês durante um ano e meio, por força das obras de requalificação da mesma, e talvez o dia de ontem já tivesse sido bastante antecipado.
Paciência. Está feito. O Pavilhao do INATEL está como novo, com novos balneários, nova cobertura, nova instalação eléctrica. Só o piso, o velhinho piso de Madeira se aproveitou. E agora foi devolvido à cidade, aos desportistas e aos clubes, e em breve se transformará no palco de competições desportivas de outros tempos.
Ontem, para comemorar o seu renascimento, convidamos as velhas glórias do voleibol feminino e do andebol masculino, das gerações de 50 e 60, para disputar dois jogos onde só a emoção e amizade permitiram disfarçar o jeito que se perdeu e os músculos que não obedeciam ao comando cerebral. Surpreendentemente, o Pavilhão encheu-se de gente para ver a velhada, e mesmo os antigos zeladores do espaço fizeram questão de marcar presença, recebendo em troca a justa homenagem de todos.
Foi um dia bonito para o desporto vimaranense. Voltamos a ser jovens e valentes. Regressamos à casa que nos ajudou a crescer como homens e desportistas. O INATEL pertence-nos outra vez.
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