sexta-feira, 22 de março de 2013

Pré-campanha eleitoral começa mal


Compromisso de representação municipal impediu-me de estar presente na primeira sessão da última Assembleia Municipal, numa noite totalmente preenchida com o PAOD (período de antes da ordem do dia) e a análise da atividade do Executivo municipal.
E não tive oportunidade de assistir à nova estratégia de pré-campanha da coligação de direita em Guimarães, que decidiu de uma assentada utilizar quatro dos seus presidentes de Junta para exigir à Câmara explicações sobre um conjunto de situações que, não sendo novas, e nunca merecendo anteriormente qualquer intervenção política naquele local,  tipificam uma forma de estar e fazer política que geralmente nunca dá resultado.
E não deixa de ser curioso que agora se façam acompanhar por concidadãos seus, que se manifestam de forma ruidosa e até ameaçam dar um tiro no Presidente da Câmara!
Sinceramente, começo a não perceber que limite se impõe esta Coligação de direita em Guimarães para conquistar a Câmara Municipal.
Eu sei que dói, mas deve doer mesmo muito, estar afastado do poder durante mais de 20 anos; principalmente quando o poder, o magistério de mandar, é algo que lhes corre nas veias e do qual se alimentam para impor o seu status quo; e também porque esse poder está nas mãos de gente que consideram menor, uns desqualificados que tiveram de trabalhar arduamente para combater a condição de pobreza que à nascença estavam condenados; que nunca tiveram mais nada do que aquilo que o seu trabalho árduo lhes proporciona e que, imagine-se, até se atrevem a amar, tanto ou mais do que eles, a terra que os viu nascer ou que os acolheu no seu seio.
Eu sei que dói, mas deve doer mesmo muito, constatar todos os dias que afinal outros existem que conseguem "dar  conta do recado", até bem de mais, porque a cidade cresce,  porque as freguesias se desenvolvem ou porque os vimaranenses se sentem mais felizes.
É legítimo que tenham ambição e que se achem melhores que os outros. Nós, por cá, também somos ambiciosos e trabalhamos todos os dias para provar que somos melhores do que eles.
Mas a ambição que se transforma em obsessão, em puro desespero, tolda-nos a inteligência e leva-nos a utilizar no terreno da disputa eleitoral armas que já não se adequam à maturidade democrática que vivemos.
A Câmara conhece bem os problemas colocados pelos Presidentes de Junta de Serzedelo, Silvares, Sande S. Martinho e Caldelas. Para todos tenta encontrar soluções, alguns já resolveu no limite das suas possibilidades e competências e para outros nem resposta tem, porque também existem problemas sem solução.
E não resolve alguns porque a mesma coligação de direita que nos governa de Lisboa não paga os milhões que deve à Câmara de Guimarães e porque nos impõe uma Lei dos Compromissos que está na iminência de paralisar os serviços municipais.
Mas lembraram-se todos, de um só vez, a meia dúzia de meses das eleições autárquicas, que era chegada a hora de denunciar essas situações na Assembleia Municipal?
E a população que os acompanhou (alguns já confessando que se sentiram enganados) pensavam que era num órgão meramente deliberativo que iriam encontrar a panaceia que curasse todos os problemas que os afligem?
Foi um triste número, que abre um precedente grave e que um dia lhes cairá na sopa.
Sim, porque um dia, embora distante, o poder pode cair nas suas mãos, e há-de surgir alguém que entenderá que esta deve ser a forma de fazer política.
E, nesse dia, ou não conseguem governar, ou governam a "toque de caixa" da pressão popular, algo que a direita não gosta, não compreende e que abomina mesmo.

domingo, 17 de março de 2013

A dimensão europeia do desporto em Guimarães




Nos últimos três dias, em Wiesbaden, na Alemanha, dez países europeus, representados por especialistas e instituições ligadas ao desporto, reflectiram, analisaram e discutiram um conjunto de medidas, ações e políticas directamente relacionadas com o Desporto para Todos.
Sob a égide da TAFISA - The Association for International Sport for All, organização internacional que tem mais de 270 membros em 145 países, Portugal marcou presença pela primeira vez, através do Instituto Português do Desporto e da Juventude, tendo o governo convidado Guimarães para colaborar, ao nível das cidades, num projeto denominado "Sports City Net", que terá a duração de um ano e meio, e que visa construir uma rede internacional de promoção do Desporto para Todos, facilitando a troca de experiências, a partilha de boas práticas e o networking.
Este projeto junta dez países - Portugal, Bulgária, Dinamarca, Finlândia, Alemanha, Hungria, Lituânia, Holanda, Polónia e Espanha - que se propõe elaborar um documento orientador e influenciador das políticas europeias e nacionais a este nível, num lobby positivo e proativo, que potencie a generalização da prática desportiva e da actividade física, principalmente junto de grupos mais sensíveis, transformado as nossas cidades em territórios activos.
Representei Guimarães nessa reunião, e tive oportunidade não só de recolher algumas excelentes ideias, que procurarei implementar na minha cidade logo que a oportunidade surja, como tive oportunidade de dar a conhecer o trabalho que por cá temos desenvolvido, não deixando de ser surpreendente verificar que somos donos de projetos inovadores e que suscitaram o interesse de muitos dos participantes.
A aposta que temos feito na construção de parques de lazer, o projeto Atividade Sénior ou a Liga Mini, já devidamente consolidados, mas também os Jogos da Comunidade, as Caminhadas 4 Estacões ou a Alameda dos Desportos, projetos integrados na programação da Cidade Europeia do Desporto 2013, foram objeto de curiosidade e admiração por parte de todos os participantes, considerando-os fundamentais para consolidar os alicerces de uma cidade activa e focada na promoção do desporto e do exercício físico.
Igualmente foi objeto de aplauso a aposta que vamos fazer este ano na elaboração de alguns estudos com temáticas ligadas ao desporto e à saúde, em parceria com algumas das maiores universidades do país, ao ponto de ter suscitado a ideia de criar uma rede intranet para partilha dos pressupostos metodológicos e dos resultados destes estudos, por forma a que possam ser replicados noutros países e permitir, no futuro, a sua comparação e aplicar soluções conjuntas.
É decisivo que Guimarães aposte na criação permanente de pontes de relacionamento com outras realidades do espaço europeu, coletando informação e conhecimento que nos auxilie na construção de um futuro desportivo melhor para todos os nossos cidadãos e clubes; como decisivo é promover a internacionalização da nossa cidade, marcando presença qualificada e empenhada nestes fóruns e lobbys internacionais, evidenciando o nosso trabalho, a nossa criatividade e a nossa capacidade.
E estando sempre na primeira linha dos centros de decisão e de angariação de recursos (técnicos e financeiros), condição cada vez mais indispensável para olhar o futuro com esperança, já que se em Portugal o dinheiro cada vez é menos, na Europa ainda sobra disponibilidade para apoiar projetos que demonstrem aptidão e qualidade.
E ideias temos nós muitas!...

terça-feira, 12 de março de 2013

Todos somos Guimarães!




Iniciam-se hoje, erm Creixomil, as Assembleias Participativas, primeiro momento de um novo instrumento de intervenção na vida pública que a Câmara Municipal oferece aos seus concidadãos, chamando-os a dar ideias inovadoras para a sua cidade e freguesias.
O Orçamento Participativo privilegia o papel do cidadão nos processos de decisão, pedindo-lhes que colaborem no desenho de políticas públicas municipais que vão de encontro às necessidades e expetativas das pessoas.
Um milhão de euros, distribuídos por projetos na área social (meio milhão), desporto (250.000) e cultura e turismo (outros 250.000), ficam nas mãos de todos quantos queiram apresentar propostas respeitantes a investimentos, manutenções, programas ou atividades, dentro dos critérios estabelecidos, sendo 30 de Abril a data limite para a formulação dessas propostas.
O processo é simples e toda a informação está disponível em www.cm-guimaraes.pt; ou então basta participar numa das 48 Assembleias Participativas que a Câmara vai promover por todo o concelho, com o objetivo não só de esclarecer o processo, como de recolher já eventuais propostas.
Depois, terá de batalhar pela sua proposta, porque todas elas serão sujeitas á votação da população, sendo escolhidas para execução as que recolherem maior número de simpatizantes.
Quantos de nós já pensaram num projeto, tiveram uma ideia ou formularam uma expetativa sobre alguma coisa que gostavam de ver (ou ter) na nossa cidade, mas que o orçamento municipal não prevê ou a Câmara Municipal não entende como prioritária? Quantos de nós já pensaram: se fosse eu que mandasse, fazia isto ou aquilo.
Pois muito bem, é chegada a altura de concretizar essa expetativa.
A sua ideia, o seu projeto, a sua expetativa pode agora ser cumprida, bastando que seja exequível e se enquadre em três ou quatro quesitos básicos definidos no regulamento; e se ela tiver o número de votos suficiente, será executada pela Câmara Municipal. Na sua rua, na sua praça, num parque, onde tenha de ser e nas circunstâncias e modos que cada um define na sua proposta.
Participe. Todos somos Guimarães. E todos somos chamados a dar contributos para transformar Guimarães num lugar especial para se viver.

A culpa é (sempre) do outro



Estupefacção é capaz de ser a palavra mais adequada para definir o meu estado de espírito após a leitura da entrevista que o Presidente da Associação Comercial e Industrial de Guimarães deu ao Jornal de Notícias recentemente, imputando a responsabilidade da "crise" atual do comércio tradicional vimaranense à Câmara Municipal de Guimarães.
E o despautério vai ao cúmulo de dividir essa responsabilidade com a "caça à multa" e o exagero de policiamento que, nas suas palavras, tem caracterizado a atuação da empresa municipal Vitrus na fiscalização dos parcómetros na nossa cidade.
Como é evidente, a resposta do Presidente da Câmara não tardou e algumas coisas já foram colocadas no seu devido lugar. Mas quem, como eu, tem responsabilidades políticas em alguns dos setores que tocam a "sanha" acusatória do Presidente da ACIG, não pode ficar calado perante o que leu, sob prejuízo de ficar a sensação que, calando, consente.
Quanto ao estacionamento e parcómetros, se o Presidente da ACIG andasse na rua e falasse com quem precisa de aparcar o seu carro para aceder aos estabelecimentos comerciais, percebia imediatamente que a fiscalização é a melhor defesa do comércio tradicional; porque esta não tem como pressuposto a multa, mas antes a garantia de rotatividade do aparcamento, permitindo que, cumprindo a sua função - estacionamento de duração limitada - mais gente possa utilizar esses lugares por pequenos períodos de tempo, o necessário para fazer as suas compras ou utilizar os serviços públicos, e dando o seu lugar a outros.
Como é evidente, quem não percebe isto, prevaricando ou abusando, tem de ser multado, sendo que a multa não foi uma invenção desta Câmara, mas sim de alguém que há muitos anos entendeu que esta seria a melhor forma de fazer entender a certas pessoas que o comportamento desviante das regras estabelecidas determina uma sanção, deteminante (na maior parte dos casos) de uma atuação futura adequada.
E fruto desta ação fiscalizadora eficiente, hoje como nunca existem lugares para se aparcar no centro da cidade, onde se localiza a a maior parte do comércio tradicional.
Acabou a bagunça? Acabou, sim senhor.
Acabou o estacionamento de donos e funcionários de lojas durante o dia todo? Acabou, sim senhor.
Alegar ainda que existe policiamento excessivo é argumento popularucho, pois saberá o Presidente da ACIG que a Vitrus tem apenas 3 fiscais de manhã e outros 3 de tarde para mais de 1.300 lugares de parcómetros na nossa cidade, logo, que cada um, num turno de seis horas, tem cerca de 450 lugares para fiscalizar?...
O problema do comércio tradicional em Guimarães não é o estacionamento (ou a falta dele); o problema não é o parque subterrâneo no Toural (ou a falta dele); o problema não são as iluminações de Natal (ou falta delas).
O problema é que as pessoas vivem tempos de penúria e de exiguidade de recursos, com vencimentos que cada vez menos chegam até ao final do mês, com contas e impostos para pagar como nunca tiveram e que, pela primeira vez há muitos anos, têm de refrear os seus impulsos consumistas temerosos dos sacrifícios que ainda se anunciam.
E, por isso, há menos gente nas lojas, há menos carros nas ruas, há menos gente a passar férias, há menos gente a viajar. Um sinal do tempo que vivemos, que todos já se aperceberam, mas que o Presidente da ACIG entende direcionar para a Câmara Municipal. Embora muitos já tenham entendido porquê!...
E então que diria o Presidente da ACIG se, por exclusiva responsabilidade da Câmara, não se tivesse requalificado todo o espaço público, construído novos equipamentos culturais e desportivos, promovido a Capital Europeia da Cultura e a Cidade Europeia do Desporto, investido na promoção de Guimarães como um dos melhores e mais recomendados destinos turísticos do Velho Continente?
Se com tudo isto, para o qual a ACIG nada contribuiu, se queixa o seu Presidente, que dirão os outros Presidentes dos comerciantes por esse país fora?... Que eu tenha lido ultimamente, contra as autarquias nada; contra a carestia de vida, tudo.
Triste sina a nossa de ter um Presidente de uma associação tão importante que, em vez de definir estratégias para combater a crise e ajudar quem paga as quotas para ser (bem) representado, arremessa as culpas para outros, limpando as mãos de um assunto que só a ele lhe diz respeito.
É nas alturas de dificuldade e de desesperança que se afirmam os líderes. É nesta altura que se exigem ideias, estratégias, imaginação e ousadia para combater o fatalismo que a crise generalizou. É nesta altura que a ACIG verdadeiramente tem de mostrar o que vale perante os seus associados.
Pelos vistos, foi fácil e agradável distribuir sorrisos, gentilezas e elogios na abastança da CEC2012 (onde ninguém falou de parcómetros, policiamento excessivo e sei lá mais o quê!); agora que os tempos são outros, que haja coragem e inteligência para apontar (novos) caminhos e soluções.
A Câmara fez (e faz) o que lhe compete. Se o Presidente da ACIG fizer o mesmo, os seus associados agradecem.

quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013

O apelo à amnésia



"If any city can be described as adorable, than it is Guimarães"

Assim começa mais uma excelente reportagem sobre Guimarães, desta vez assinada por Tim Pozzi, jornalista do The Telegraph, publicada na terça-feira passada, naquele que é o jornal britânico com maior circulação diária, muito próximo do milhão de leitores.
Bem sei que já cansa falar do assunto, tantas (e tão boas) têm sido as notícias e reportagens sobre a nossa terra nos últimos meses, descobrindo o mundo que, neste cantinho periférico da Europa, existe uma cidade exemplarmente recuperada, com uma dinâmica cultural entusiasmante e fora do comum,  feita de gente hospitaleira e profundamente envolvida, que conseguiu protagonizar a melhor Capital Europeia da Cultura no nosso país e que, este ano, quer fazer o mesmo com o desporto, sendo a primeira Cidade Europeia do Desporto em Portugal.
Alimenta o espirito ouvir, ver e ler o que outros dizem de nós.
Não só a gente comum que por cá passa anónima e replica nos seus países de origem a beleza do destino, recomendando-o vivamente, como jornalistas e repórteres, dos quatro cantos do mundo, atraídos pelo fascínio de uma pequena cidade à escala europeia que emerge desta trágico-comédia em que se tem transformado o nosso país, por força de uma governação que teima em indicar o abismo como a única saída para a crise.
A construção deste "novo" território, que atrai e fascina os forasteiros, e que honra e envaidece os locais (a maior parte deles, para ser mais objetivo), tem protagonistas e obreiros, que convem nomear numa altura em que alguns tentam passar a mensagem de que o que está para trás (já) não interessa para nada.
Ler num jornal local que o deputado social-democrata Emídio Guerreiro entende que "o futuro (não) é memória" ou que o candidato da Coligação da direita à Câmara Municipal de Guimarães apele a que se esqueçam do que foi (bem) feito e nos concentremos apenas naquilo que há-de vir, provoca estranheza e perplexidade.
Não há projeto de futuro que não se ancore numa realidade presente e numa memória passada. Porque essa memória passada, que permitiu a realidade presente, é sempre indiciadora do futuro que nos espera.
Estou perfeitamente convicto que um vimaranense, quando for chamado às urnas lá para o início de Outubro, terá presente que a sua opção é entre um partido que, nas duas últimas décadas, definiu e cumpriu uma estratégia de afirmação do nosso concelho, sucedida e reconhecida, e que se manterá fiel a ela, prosseguindo-a e fortalecendo-a; e uma coligação que nesse mesmo período raras vezes partilhou dessa visão, não raras vezes a condenou e censurou, e que agora diz que o passado não interessa para nada porque eles são donos e senhores de uma visão de futuro que mais ninguém tem.
Triste presunção esta.

terça-feira, 26 de fevereiro de 2013

Não brinquem com Guimarães!



Para que conste:
- Fui testemunha presencial dos lamentáveis incidentes que ocorreram no passado domingo no D. Afonso Henriques, um dos momentos mais tristes da minha vida ligada ao desporto.
E foi isto que se passou:
- A rivalidade Guimarães-Braga no futebol indiciava o seu ponto máximo de efervescência;
- No sábado à noite, após o jogo entre as equipas principais, os autocarros que transportavam os adeptos vitorianos foram apedrejados;
- O jogo começou sem segurança policial porque o Vitória e a PSP (reunidos duas vezes a semana anterior) não se entenderam quanto ao contigente policial necessário para esse jogo: 15 pedia o Vitória (sustentado no que determina o DL 216/2012), 45 exigia o comando policial (pela avaliação do risco em jogo);
- A cerca de centena de adeptos do Braga que entraram no Estádio, seis minutos depois do jogo ter começado, dirigiram-se de imediato para a bancada dos adeptos locais, arremessando cadeiras e petardos, perante a impotência dos stewards;
- Os sócios do Vitoria reagiram e o confronto ficou incontrolável;
- O árbitro e a equipa do Braga abandonaram o recinto do jogo;
- A Polícia (soube depois) estava fora do Estádio e só decidiu intervir depois dos incidentes terem degenerado em agressões;
- O corpo de intervenção rapidamente sanou o confronto e a segurança do jogo estava garantida;
- O jogo podia (e devia) ter sido reatado, mas o Braga entendia não estarem reunidas as condições de segurança mínimas para o efeito;
- O árbitro decide dar o jogo por concluído, remetendo para as entidades competentes a decisão final.
E o resultado foi este:
- O país desportivo despertou para o problema da violência no futebol;
- Os "doutos" comentadores desportivos exigiam punição exemplar, chegando ao ponto de utilizar o trocadilho da "cidade europeia da vergonha";
- O Conselho de Justiça da FPF deliberou hoje punir o Vitória com dois jogos à porta fechada e uma multa pecuniária de 10.200 euros (mais 4.624 do dia anterior) e o Braga com uma multa de 3.750 euros;
- Este mesmo Conselho decidirá em breve o que fazer do jogo interrompido;
- O Vitória recorreu da decisão e fica por saber se o recurso tem ou não efeito suspensivo.
E eu digo:
- O que se passou naquele estádio não é digno, não é aceitável e não é desculpável;
- Que se apure e investigue tudo; e que, com mão firme, se puna quem transformou um espaço de jogo e convívio num espaço de batalha e de violência gratuita;
- Que a Liga e a Federação assumam as suas responsabilidades, em vez de transformar o Vitória no algoz que, uma vez exemplarmente castigado, esconde uma realidade que vai ganhando dimensão assustadora;
- Que o Governo altere rapidamente o DL 216/2012, de 9 de Outubro, cuja ambiguidade escancara a porta à total desresponsabilização e ao livre arbítrio;
- Não sabem como? Copiem os ingleses, que erradicaram o hooliganismo quando este ameaçou matar a liga mais competitiva do mundo (já agora, as câmaras de vigilância existem para quê nos estádios?);
- E deixem de brincar com Guimarães e os vimaranenses; somos hoje Cidade Europeia do Desporto (como ontem fomos a melhor Capital Europeia da Cultura deste país) porque merecemos e porque o desporto aqui é muito, muito mais do que um jogo de futebol; e somos Cidade Europeia do Desporto porque aqui mora gente séria, trabalhadora, empreendedora e ousada, que recusa o fatalismo, que acredita no seu valor e que verdadeiramente ama a sua terra e os seus símbolos identitários, que no desporto tem no Vitória a sua expressão maior;
- Utilizar os incidentes de domingo, que todas as pessoas de bem lamentam e repudiam, para denegrir a nossa cidade, o nosso desporto e as nossas instituições maiores, é uma cretinice própria de quem não sabe o que é aquela coisa tão bonita, chamada de "patriotismo de cidade", que um dia um dos  maiores estadistas nacionais disse ser exclusiva de Guimarães.
Um desabafo final:
- Desejo que não se repita mais a imagem que fixei no domingo à tarde e que dificilmente se irá desvanecer da minha memória: uma criança de 6/7 anos, lavada em lágrimas, de voz trémula e rosto aterrorizado, agarrada ao casaco do pai e pedindo-lhe desesperadamente para ir embora, porque tinha muito medo e nunca mais queria ir ao futebol.

sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013

E o Quadrilátero ficou com apenas três lados...


Numa decisão que já havia sido assumida pelo Executivo vimaranense, consumou-se ontem, por deliberação da maioria socialista, a saída de Guimarães do Quadrilátero Urbano, uma associação regional que integrava as cidades de Braga, Barcelos, Famalicão e a nossa, e que pretendia ser um pólo de competitividade territorial e multissectorial.
Para isso, fez-se um esquiço daquilo que devia ser uma estratégia comum de desenvolvimento económico, com parcerias aprofundadas entre os atores em torno de projetos estruturantes, concentrando energias e potencialidades para desenvolver a visibilidade internacional das quatro maiores cidades minhotas.
Belíssimo propósito, que qualquer um de nós subcreveria.
Até que um dia se descobre que, afinal, tudo aquilo era retórica e que, volvidos quatro anos após a sua criação, só se tinha executado 7% (repete-se para que não haja dúvida, 7%) daquilo que era suposto fazer e dos cerca de 15 milhões de euros que havia para gastar.
Numa altura em que o "garrote" governamental imposto às autarquias locais ameaça a sua paralisação, retirando-lhes meios, recursos e autonomia, qualquer político "com dois dedos de testa" vê-se obrigado a redefinir as suas prioridades, priorizando o substantivo e eliminando o acessório.
Não há, por isso, nenhuma Câmara deste país que, nesta altura, não faça contas à vida, definindo as suas prioridades e cortando nas "gorduras", palavra tão cara à coligação de direita que nos governa.
Em Guimarães, os representantes do PSD desta coligação de direita, entendem que havia de manter-se este Quadrilátero, mesmo que pouco ou nada execute. Quando a Câmara apresenta as suas contas anuais com  taxas de execução orçamental na ordem dos 60% ou 70%, aqui d'el rei que a incompetência grassa e que urbe não tem futuro. Quando uma associação regional apresenta taxas de execução quase risíveis, aqui d'el rei que não podemos sair, porque o futuro está nas mãos destas "redes" regionais.
Domingos Bragança, para que não haja dúvidas, assumiu-o corajosamente ontem: vamos rever todas estas parcerias, associações e redes, e só nos manteremos ativos e participantes naquelas que efetivamente resultem numa recohecida mais-valia para Guimarães e para os vimaranenses.
Tudo o resto que se tem dito, de forma assumida ou sub-reptícia, é poeira que distrai o olhar do essencial. Vivemos tempos de austeridade e de recursos escassos; e o futuro que espreita não dá sinais de grande esperança na alteração destes tempos. E ou nos voltamos para aquilo que verdadeiramente importa, no caso em apreço, e porque de uma autarquia local se trata, no apoio às pessoas e às suas necessidades mais prementes, ou seremos cúmplices na destruição da verdadeira essência do poder local.

quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013

Quem assim fala...




Estamos a cerca de sete meses de um novo ciclo eleitoral autárquico e os vimaranenses já sabem quem podem escolher para suceder a António Magalhães.
A opção é apenas entre dois candidatos: Domingos Bragança, pelo PS, e André Coelho Lima, pela Coligação PSD/CDS. Os demais ainda não se conhecem.
Como tem acontecido nos últimos anos, fui escolhido pelo meu partido para dirigir a campanha eleitoral (embora não tenha honras de inusitado destaque noticioso como o meu adversário da Coligação) e tenho tido a preocupação de ouvir, com atenção e interesse, aquilo que o principal adversário do meu candidato tem referido nas suas (muitas) entrevistas aos orgãos de comunicação social.
A última delas aconteceu recentemente na Rádio Fundação, onde durante cerca de uma hora o candidato da Coligação PSD/CDS teceu diversos comentários sobre a forma como pretende conquistar o eleitorado vimaranense.
Terei tempo de opinar sobre as suas propostas, muitas delas nitidamente em fase de mera formulação teórica, mas não deixei de registar (com agrado) que ocupou minutos preciosos da sua entrevista a proferir afirmações deste calibre, entre outras, que replico de memória:
- A Câmara Municipal já tem políticas sociais muito importante e significativas;
- Temos uma cidade que nos orgulha, bonita e com uma excelente requalificação urbana;
- Guimarães tem uma dinâmica cultural impressionante;
- A cidade deve ser sempre o pólo central dos investimentos municipais;
- Guimarães atingiu um patamar muito alto!
Como é evidente, subscrevo na íntegra tudo o que o candidato da Coligação PSD/CDS diz.
E relevo a humildade demonstrada em reconhecer a execelência do trabalho desenvolvido pela gestão municipal socialista nos últimos anos em Guimarães.
Se dúvidas tivesse (e não as tenho) que o eleitorado vimaranense irá reconhecer nas próximas eleições quem merece continuar a ser responsável pelo notável trabalho de afirmação de Guimarães, a opinião espontânea (e acredito sincera) de André Coelho Lima rapidamente as dissiparia.
Acompanho o percurso da gestão municipal socialista há muitos anos e sei que este foi, sem dúvida, o melhor mandato de sempre. E se o foi, que ninguém também duvide que na sua orientação esteve a visão estratégica e o trabalho sério e lúcido (e discreto) de Domingos Bragança, único responsável pelos dois setores da atividade municipal (finanças e obras) que desenharam o projeto político-financeiro que esteve na base deste sucesso.
E como nem sempre a luz dos holofotes ou o som estridente dos megafones mediáticos está do lado dos principais protagonistas, são palavras como as do candidato da Coligação PSD/CDS que consolidam a força da candidatura de Domingos Bragança.


terça-feira, 19 de fevereiro de 2013

Quase um ano depois, regresso às memórias de Santa Clara. Como muitos, necessitei de fazer uma pausa sabática neste novo mundo da comunicação instantânea, por vezes interessante, muitas mais vezes angustiante pela vacuidade que por aí prolifera. Quando criei este blogue tinha apenas um único propósito: por decisão dos vimaranenses, que me merecem o maior respeito, fui colocado em Santa Clara, como Vereador, por um período de 4 anos, representando uma larguíssima maioria de conterrâneos que entenderam confiar no Partido Socialista para gerir a sua autarquia; entendi que através deste blogue podia ir dando conta de alguns momentos, decisões, histórias e acontecimentos que iam marcando a minha passagem por Santa Clara, inevitavelmente através de um olhar que, sendo meu, só a mim me responsabilizaria. Um olhar susceptível à critica e ao contraditório, um olhar parcial, memórias dos dias que passavam. Durante alguns meses escrevi ao ritmo de uma memória por dia. E senti que muitos se interessavam. Mas trabalhar mais de 10 horas por dia, ser marido e pai,assumir a responsabilidade de presidir à Associaçao Portuguesa de Gestão do Desporto, presidir à Comissão Executiva da Cidade Europeia do Desporto, e simultaneamente tentar gerir um blogue, revelou-se excesso de carga para uma viagem cujo destino ainda estava longe. Parei e fiz bem. Agora regresso. Não com menos trabalho, bem pelo contrário, mas ciente que o mandato para que fui eleito se aproxima do fim e que, hoje mais do que nunca, se exige que vá prestando contas do meu trabalho e do desempenho do PS na Câmara Municipal. Para os que desejem ler.

terça-feira, 13 de março de 2012

O novo prato típico de Guimarães

A gastronomia vimaranense é manifestamente reconhecida e apreciada, mas a pergunta sobre qual o prato típico de Guimarães fica geralmente sem resposta. Ou seja, Guimarães é terra de bem comer, os cozinheiros dos nossos restaurantes são mestres do tempero e sabem como ninguém aprimorar receitas convencionais, mas a verdade é que não existe objectivamente um prato que seja apenas nosso, que nos distinga de outras terras, que permita uma experiência gastronómica única.
A constatação desta realidade foi o mote para uma parceria que envolveu os serviços de turismo da Câmara Municipal e a APHORT - Associação Portuguesa de Hotelaria, Restauração e Turismo, liderando o projecto "Prove Guimarães", hoje concluído com a apresentação do "Naco à Conquistador", um novo e original prato para a gastronomia vimaranense nascido da reflexão e trabalho do reputado Chef Vinagre e de alguns cozinheiros e empresários da restauração de Guimarães.
O objectivo é dotar a cozinha local com uma refeição que possa conquistar o paladar mas exigente, utilizando ingredientes próprios da nossa região e que se destaque por alguns elementos distintivos. O novo "Naco à Conquistador" caracteriza-se pela simplicidade da solução: uma porção generosa (nunca inferior a 180gr) da suculenta carne de alcatra, temperada apenas com sal e grelhada, batatinhas a murro e grelos salteados. O naco de carne é trespassado por uma réplica da espada de Afonso Henriques (desenhada e produzida pela Herdmar), e aconselha-se acompanhamento de um bom vinho branco verde da nossa Adega Cooperativa (o Praça de S. Tiago é excelente) e um doce conventual para sobremesa, Tortas ou Toucinho do Céu, estes sim tipicamente nossos.
A simplicidade da solução não a desmerece porém. Pelo contrário. Hoje, perante cerca de 50 convidados, entre os quais os cozinheiros e proprietários dos 21 restaurantes vimaranenses que aderiram ao projecto (e só esses estão autorizados a confeccionar o prato e a utilizar o selo de restaurante aderente emitido pelo Turismo de Guimarães), elogiou-se a superior qualidade da carne, o esmero da sua confecção e a curosidade que desperta a réplica da espada, elemento que se destaca e que pode ajudar à sua notoriedade, pois todos a queriam como recordação.
Num mercado cada vez mais competitivo, a diferenciação e a procura de novos clientes é um dos caminhos que conduz ao sucesso.
Em Guimarães, num processo que envolveu os vários agentes locais, ousou-se pensar e criar um prato típico vimaranense. Uns dirão que é uma idiotice. Eu acho que a isto se chama ousadia, empreendedorismo, inovação. Três palavras mágicas que ajudam a fazer a diferença nestes tempos de crise generalizada.
Mais uma vez, Guimarães dá o exemplo!

2012 minutos a nadar

Pouco passava das 19 horas do passado domingo quando o cronómetro instalado numa das paredes do Complexo Municipal de Piscinas parava no número 2012.
Quase 34 horas depois do primeiro nadador ter iniciado uma autêntica maratona e festa da natação, cumpria-se o objetivo definido pela cooperativa Tempo Livre de reunir o maior número de participantes na iniciativa "2012 Minutos a Nadar", integrada no âmbito da Capital Europeia da Cultura.
Foram mais de 1.900 os participantes, com dezenas de clubes e nadadores de todo o país e atividades de animação desportiva com jogos de pólo aquático, natação sincronizada, hidroginástica, fitness e dança. Crianças, jovens, aldultos e idosos, profissionais do nado e puros amadores, uns e outros imbuídos do espírito de celebrar o desporto e a prática da atividade física regular, em todos foi visivel a alegria espontânea de ser parte de um evento que marca indelevelmente a qualidade do desporto em Guimarães e a mestria dos seus organizadores.
No final, com as bancadas repletas de público, o aplauso generalizou-se, não só pelo sucesso da iniciativa, mas também homenageando um nadador de Portimão, de nome Paulo Sousa, que numa pista paralela nadou durante 12 horas seguidas, preparando em Guimarães a dupla travessia do Estreito de Gibraltar, projeto pessoal de grande dimensão e só ao alcance de muito, muito poucos.
Foi uma excelente iniciativa, que igualmente serviu para mostrar a todos a qualidade dos profissionais da Tempo Livre, principalmente daqueles que trabalham no Complexo de Piscinas. Durante um dia e meio nada faltou, tudo foi impecavelmente organizado, numa prova evidente que a competência das organizações é o elemento indutor decisivo para o incremento da taxa de participação desportiva, que em Guimarães já é das maiores do território nacional.

segunda-feira, 5 de março de 2012

Santuário desportivo da cidade reabriu portas

Reabriu as portas ontem à utilização sem reservas o Pavilhão do INATEL, a primeira e mais emblemática infra-estrutura desportiva coberta da nossa cidade, depois de muitos anos em que a degradação se assenhorou dele, ao ponto de praticamente inviabilizar a sua utilização para qualquer fim desportivo.
A 23 de Setembro próximo completa 45 anos de existência, depois de ter sido inaugurado pelo então Chefe de Estado, Américo Tomás. Na altura foi a primeira instalação desportiva indoor que a cidade recebeu e por lá passaram muitas gerações de jovens atletas, em várias modalidades, que a consideravam como sua segunda casa.
Conheci o INATEL quando frequentava o ciclo (no edifício que hoje alberga a Câmara Municipal), pois era nele que tinha as minhas aulas de educação física; foi, depois, o meu local de treino e jogo, durante vários anos, altura em que joguei andebol, primeiro pelo Académico, depois pelo Vitória. Foi, ainda, refúgio de muitos sábados e domingos, onde sempre acontecia um jogo qualquer; foi ponto de encontro de amigos, de namoro, de intervalo para um jogo de snooker no Meia Noite, de espera para um jogo do Vitória no estádio, mesmo ali ao lado.
Foi, para mim e para muitos outros, um verdadeiro santuário desportivo. E foi com incontida emoção que ontem fiz o discurso de reabertura do Pavilhao, agora na condição de Vereador do Desporto desta cidade e enquanto responsável pelas negociações que ao longo dos últimos anos foram feitas para convencer a Fundação INATEL a entregar o Pavilhão à Câmara Municipal, permitindo a sua requalificação.
Em 2004, por altura do Europeu de Futebol, a tentativa de entendimento esbarrou numa administração da INATEL que preferia ter o pavilhão fechado a entregá-lo a uma autarquia; nos anos seguintes, a teimosia persistiu. Até que em 2009 a Fundação passou a ser gerida por um cavalheiro e reputado gestor, de nome Vítor Ramalho, a quem presto homenagem, que após uma única reunião, de pouco mais de uma hora, me disse estar totalmente disponível para estabelecer os termos de um protocolo de cedência deste pavilhao. Nem um mês depois o protocolo estava assinado; pouco depois garantiu-se financiamento comunitário e, não fosse a necessidade de acolher os alunos da Escola Francisco de Holandês durante um ano e meio, por força das obras de requalificação da mesma, e talvez o dia de ontem já tivesse sido bastante antecipado.
Paciência. Está feito. O Pavilhao do INATEL está como novo, com novos balneários, nova cobertura, nova instalação eléctrica. Só o piso, o velhinho piso de Madeira se aproveitou. E agora foi devolvido à cidade, aos desportistas e aos clubes, e em breve se transformará no palco de competições desportivas de outros tempos.
Ontem, para comemorar o seu renascimento, convidamos as velhas glórias do voleibol feminino e do andebol masculino, das gerações de 50 e 60, para disputar dois jogos onde só a emoção e amizade permitiram disfarçar o jeito que se perdeu e os músculos que não obedeciam ao comando cerebral. Surpreendentemente, o Pavilhão encheu-se de gente para ver a velhada, e mesmo os antigos zeladores do espaço fizeram questão de marcar presença, recebendo em troca a justa homenagem de todos.
Foi um dia bonito para o desporto vimaranense. Voltamos a ser jovens e valentes. Regressamos à casa que nos ajudou a crescer como homens e desportistas. O INATEL pertence-nos outra vez.

domingo, 26 de fevereiro de 2012

O melhor palco do norte do país

Literalmente obrigado pela minha filha, assisti ontem à noite, no Multiusos, ao concerto do brasileiro-fenómeno Michel Teló, perante uma das maiores assistências de sempre que aquela casa já viu.
Não é fácil encontrar explicações para tamanho sucesso de um jovem que ficou conhecido no nosso país após a dança de Ronaldo e Marcelo, comemorando um golo do primeiro pelo Real Madrid. Ele próprio repetiu ontem, por várias vezes, o quanto lhes deve e o quanto está surpreendido pela legião de seguidores que encontrou em Portugal.
O espetáculo não foi nada de especial, e o modesto repertório obrigou-o a cantar Ivete Sangalo, Adele, Jason Mraz, Black Eye Peas, entre outros, para aguentar uma hora e meia de actuação perante milhares de pessoas eufóricas e vibrantes.
Há coisas que não se entendem mesmo. Esta é uma delas, embora provavelmente condenada a um sucesso efémero e meteórico.
Mas este post surge pela surpresa (ou nem por isso) de ontem ter confirmado que o Multiusos é verdadeiramente a sala de espectáculos do norte do país. Pelo eco da gritaria que resultava sempre que Teló perguntava de onde vinha tanta gente, fiquei a saber que o Multiusos encheu com gente que não era de Guimarães, sendo o Porto a região que mais barulho fazia. No exterior, o número de autocarros dessa região ou os acessos congestionados à portagem também o demonstravam.
Durante os oito anos que passei naquela casa, com muitos concertos no portfólio do meu trabalho, constatei que o Multiusos reúne todas as condições para se assumir como a maior e melhor casa de espetáculos do norte. Pela inexistência de sala igual nas cidades vizinhas, pela sua excelente lotação e versatilidade, pela centralidade de Guimarães e pelos seus acessos fáceis e rápidos.
Pena é que muitos produtores nacionais o não queiram reconhecer, preferindo salas mais pequenas ou menos adequadas no Porto, em Braga ou em Coimbra. É pena, porque não fosse o atavismo e centralismo que ainda caracteriza muitos dos que organizam espetáculos, e ao Multiusos podiam chegar artistas e eventos de forma mais permanente.
E todos ganhavam com isso. Guimarães com certeza, mas fundamentalmente os que gostam de assistir a um espetáculo qualquer com as melhores condições possíveis.

sábado, 18 de fevereiro de 2012

O desporto também é sinónimo de ousadia

O Grupo Desportivo União Torcatense passou a ser hoje o terceiro dos cinco clubes a dispor de um novo relvado sintético no seu complexo desportivo, no âmbito dos contratos-programa assumidos no ano passado pela Câmara Municipal, que implicam um inesvtimento, em quatro anos, de um milhão de euros.
Depois dos clubes das vilas de Brito e Pevidém, S. Torcato passa a dispor de excelentes condições para a prática e para a formação desportiva do futebol, num esforço conjunto da autarquia, do clube e de alguns patrocinadores locais, que se esmeraram neste renovado complexo.
Por força das exigências regulamentares actuais e de um conjunto de vicissitudes que condicionavam a correcta utilização desportiva do espaço de jogo existente, esta foi uma obra que superou em muito os cerca de 250.000 euros que a Câmara Municipal atribuiu. Nada, porém, que atemorizasse a laboriosa direcção do clube, que meteu mãos à obra e conseguiu angariar um conjunto de apoios notáveis para que hoje, no reabrir das portas, tudo parecesse fácil.
Não foi. Nem sequer é fácil ser presidente ou director num clube onde tudo escasseia: sócios, dinheiro ou gente disponível para o trabalho. No Torcatense, como em quase todos os outros clubes locais, a determinação, o arrojo e o amor desinteressado ao clube de uns poucos conseguem mover obstáculoa considerados intransponíveis.
Nas últimas semanas, por força da minha responsabilidade, tive oportunidade de passar algum tempo com o presidente deste clube, Nélson Martins; é um jovem inteligente, trabalhador e que faz da humildade e da determinação o seu guia de trabalho. Vivi com ele as angústias que sentiu quando tudo parecia correr mal e a incompreensão das pessoas pelo atraso nas obras; hoje, quando subiu ao palco para falar desta obra, não se esqueceu de ninguém e em cada palavra emotiva do seu discurso senti a satisfação do dever cumprido.
Como o Nélson Martins existem em Guimarães mais umas dezenas de jovens (e menos jovens) dirigentes desta têmpera: guerreiros, inconformados, determinados e confiantes. É com gente desta que Guimarães constrói o seu invejável património desportivo. E eu sinto-me honrado por ter a oportunidade de trabalhar e conviver com estas pessoas.

quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

Centro Histórico com novas regras

Por decisão unânime de todos os partidos, foi hoje aprovado pela Câmara Municipal o novo regulamento de acesso ao Centro Histórico e o conjunto de normas que vão ditar a nova organização das esplanadas e da ocupação de todo esse espaço público de eleição.
Exigia-se esta reorganização. Em nome da dignificação da nossa "jóia da coroa" e da sua coerência enquanto espaço que pertence a todos e que por tantos é visitado; em nome da necessidade de preservação da sua especificidade; garantindo que a sua fruição não seja condicionada pela voragem do imediatismo, onde já quase tudo valia, sem regras, sem disciplina, sem gosto.
O primeiro passo foi dado com o regulamento que condicionará ainda mais o acesso automóvel ao Centro Histórico, que em breve terá barreiras físicas e controlo por imagem instalados na "Porta da Câmara" - acesso à Praça de S. Tiago pela rua Nun'Alvares, na "Porta Nova" - acesso ao largo Condessa do Juncal pelo Milenário e na "Porta de Santa Luzia" - acesso ao largo da Misercórdia pela rua Val de Donas.
Diariamente, essas "portas" estarão fechadas entre as 21h30 e as 7h00, com possibilidade de encerramento total ao fim-de-semana, ficando as operações de carga e descarga limitadas apenas ao período das 7h00 às 10h00. O trânsito passará a ser proibido na rua de Santa Maria, libertando os turistas da passagem permanente de veículos automóveis nessa artéria, e na rua da Rainha, a partir das 21h30, permitindo a fruição das esplanadas da Oliveira sem a passagem e o ruído dos carros.
A ocupação do espaço público e as esplanadas passam a ter, também, novas regras, com uma melhor organização do espaço licenciado, mobiliário adequado, guarda-sóis uniformizados e proibição de colocação de objectos, equipamentos e apetrechos decorativos nos passeios e nas entradas dos estabelecimentos. Tudo isto conjugado com um aumento da fiscalização pela Policia Municipal, condição indispensável para que tal normativo tenha eficácia prática.
Num processo sensível como este aceita-se a divergência e o cepticismo. Provavelmente de intensidade igual ao que se sentiu em 2000, ano em que se proibiu o acesso à Praça de S. Tiago e algumas artérias adjacentes. Volvidos doze anos ninguém aceitaria reverter essa decisão e provavelmente não estará longe o dia em que se exigirá o encerramento definitivo do acesso e trânsito automóvel na zona infra-muros, como alguns (cada vez mais) advogam.
Um passo de cada vez, porém. Hoje vive-se melhor o Centro Histórico do que há doze anos. E nos anos que se seguem esse objectivo deve permanecer intacto na gestão política do espaço público, sob pena de prejudicarmos seriamente todo um processo de regeneração urbana que noa conduziu ao estatuto que hoje tão orgulhosamente ostentamos.

terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

Turismo apresenta roteiro empresarial

Pela iniciativa do Turismo da Câmara Municipal de Guimarães e do Gabinete de Informação ao Empresário nasceu hoje mais um projecto de diversificação da oferta turística do nosso concelho, que terá a sua apresentação oficial na BTL - Bolsa de Turismo de Lisboa, no final deste mês.
Com o nome de "Guimarães Marca/Guimarães Branding", dez empresas vimaranenses aderiram à criação de um novo produto turístico de cariz empresarial, que potenciará ainda mais o segmento do turismo de negócios local, já deveras significativo e principal responsável pelas boas taxas de alojamento dos nossos hotéis.
Nesta primeira fase, as empresas Babex (vestuário criança), Camport, JAM e Kyaia (calçado), Herdmar e Cutipol (cutelarias), Lameirinho e Sampedro (têxteis-lar), Luipex (fatos de banho) e Jobarros (roupa interior), constam de um desdobrável bilingue (portugues e inglês), que passará a ser profusamente distribuído nos Postos de Turismo da região e do aeroporto do Porto, para além de integrar o portfolio de informação turística da Agência de Promoção Externa do Norte(ATP) nas feiras de turismo internacionais e nas visitas educacionais a jornalistas e trade.
Garantido está, ainda, o apoio à divulgação e dinamização deste projecto de promoção por parte da CEC'2012 e da AICEP (delegações no exterior), garantindo a sua eventual comercialização, parte importante do mesmo, já que as empresas aderentes, para além de garantirem visitas guiadas às suas instalações, terão de garantir portas abertas para venda dos produtos que fabricam.
No ano em que desejamos consolidar definitivamente Guimarães como destino de turismo de referência, a procura de novos nichos de mercado e de novos turistas são fundamentais para alcançar esse desiderato. E não deixa de ser relevante o exemplo dado pelas nossas empresas, muitas delas concorrendo entre si, mas entusiasticamente sensíveis a este projecto, partilhando um espaço comum de afirmação da nossa capacidade empresarial.

segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

Revista da TAP destaca Guimarães

É mais uma boa notícia para a promoção internacional de Guimarães: a edição de Fevereiro da revista TAP destaca a cidade de Guimarães e a Capital Europeia da Cultura, oferecendo aos seus passageiros 18 páginas de apurado gosto gráfico, textos bem elaborados e um conjunto de fotografias bastante apelativas.
Durante algumas semanas, em todos os voos operados pela transportadora aérea nacional, muitos milhares de passageiros, de todo o mundo, vão com certeza perder alguns minutos a ler esta excelente reportagem e, todos o esperamos, despertar em muitos deles a curiosidade da visita.
A reportagem começa assim: "pare, olhe, escute, toque, crie, veja, sinta, experimente, morda, renasça, faça parte! No ano em que é capital da cultura europeia, a histórica cidade de Guimarães, com as suas encantadoras praças e ruas medievais povoadas de vida, abre os braços para receber o passado, o presente e o futuro num magnifico espectáculo em que os artistas são as suas gentes. O coração bate agora mais forte!".
É uma excelente entrada para um texto muito simpático sobre Guimarães, a sua alma, o seu património, a sua gastronomia, os seus percursos e o "vendaval de cultura" anunciada para todo o ano de 2012.
Um excelente artigo, que percorrerá milhares de quilómetros nos aviões da TAP e que ajudará Guimarães a afirmar-se como destino de excelência.

sábado, 11 de fevereiro de 2012

A batalha de almofadas no Toural

A curiosidade falou mais alto e, sem pretensões de qualificar a iniciativa, passei hoje de tarde pelo Toural para perceber o que era a anunciada Batalha de Almofadas por volta das 16 horas.
Sabia que tudo tinha começado pela iniciatva de dois jovens, replicando uma ideia que já tinha sido testada com (maior ou menor) sucesso noutras cidades, e cujas inscrições pelo facebook já tinham ultrapassado os dois milhares de pessoas.
Não foi uma inictiva da CEC, nem tão pouco da Câmara Municipal. Nasceu espontâneamente, e foi um sucesso. Milhares de pessoas, predominantemente jovens, mas também menos jovens, aguardaram o bater dos 4 da tarde no relógio da Igreja de S. Pedro e toca a transformar o novo Toural num autêntico campo de batalha... de almofadas.
Foi uma iniciativa gira, onde toda a gente se divertiu por uns bons minutos, o tempo necessário para que as almofadas se desfizessem numa nuvem de penas e algodão, que quase cobriram o Toural de um manto de neve artificial.
É assim Guimarães nos dias de hoje: positiva, divertida, participativa, vivendo em festa estes dias solarengos que nos convidam a sair de casa e, se necessário fôr, inventando motivos para que isso aconteça.

Cidade Europeia do Desporto em 2013

Com a visita realizada ontem por uma delegação da Associação das Capitais Europeias do Desporto, foi dado o decisivo passo no sentido de Guimarães ser Cidade Europeia do Desporto em 2013.
O representante do presidente da ACES, o italiano Gian Francesco Lupattelli, procedeu à entrega de uma placa que simboliza o estatuto oficial de Cidade Candidata, e caso esse título seja conseguido (o que se ficará a saber a 19 de Maio), Guimarães será a primeira cidade portuguesa a obter essa designação.
Este é um processo que a Câmara Municipal de Guimarães assumiu com forte empenhamento, ficando ontem claramente demonstrado que também a ACES está entusiasmado com esta possibilidade, tendo em conta a admiração que manifestaram pelo conjunto notável de instalações desportivas que existem na nossa cidade (e só viram uma pequena amostra), assim como pela paixão com que o desporto se vive nesta cidade.
O dossier final de candidatura está a ser preparado com todo o cuidado e rigor, depois de terem sido já validados os requisitos de pré-candidatura, no passado dia 2, no Conselho-Geral da ACES, realizado em Bruxelas.
É mais uma boa notícia para Guimarães e para os vimaranenses, já que no ano imediatamente a seguir à Capital Europeia da Cultura, podem continuar a mostrar ao país e à Europa a qualidade do seu projecto de desenvolvimento, continuando a prolongar no tempo a sua afirmação internacional, já que o conjunto de eventos que terá de organizar e assumir em 2013, ao nível do desporto, facilitarão esse desígnio.

quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

Capital mundial do vinho por três dias

Guimarães será, entre 4 e 6 de Maio, a capital mundial dos vinhos. Depois de ter passado, nos últimos anos, por Bordéus, Valencia, Palermo e Luxemburgo, Guimarães e o Multiusos vão acolher o "Concours Mondial de Bruxelles", uma das maiores competições de vinhos do mundo inteiro, onde são distinguidos e galardoados os melhores néctares do planeta.
Durante três dias, 7.400 vinhos de 50 países estarão a concurso, com 300 provadores de 40 nacionalidades diferentes, acompanhados por mais de uma centena de jornalistas internacionais e com cerca de 30 eventos promocionais associados.
No ano passado, em representação da Câmara Municipal, estive no Luxemburgo e assisti ao anúncio da escolha de Guimarães para palco deste concurso em 2012. E senti um genuíno entusiasmo de todos pela possibilidade de virem a conhecer o "coração" da região dos vinhos verdes. Um vinho que hoje é visto internacionalmente como um "vinho moderno, que graças à sua frescura, vivacidade e baixo teor alcoólico representa aquilo que o consumidor de qualquer canto do mundo cada vez mais procura". Quem o diz é o director-geral deste concurso, Thomas Costenoble, que acredita no seu enorme potencial.
Esta será, pois, uma excelente oportunidade para dar escala de notoriedade internacional ao nosso vinho verde, e o conjunto de acções de charme e simpatia que estão a ser organizadas com os produtores locais podem fazer mais nesses três dias pelo vinho verde do que qualquer campanha promocional paga a peso de ouro.
Na última edição do concurso, Portugal participou com 650 amostras e ganhou 235 medalhas, sendo já o quarto país na longa lista de países representados (atrás da França, Espanha e Itália). Para isso contribuíram decisivamente os vinhos produzidos no Douro e no Alentejo, que ganham reputação crescente por todo o mundo pela sua qualidade, honestidade e preço. Que bom seria que o vinho verde encontrasse aqui o caminho da sua afirmação internacional.

Os surpreendentes números do arranque da CEC

São surpreendentes os números revelados ontem pela Fundação Cidade de Guimarães relacionados com os primeiros dias da Capital Europeia da Cultura na nossa cidade. Mais de 120.000 pessoas na primeira semana do evento, salas de espectáculos com lotação média de 82%, 1.550 notícias sobre Guimarães só entre 20 e 29 de Janeiro, presença contabilizada de mais de 350 jornalistas e 70 orgãos de comunicação social, 68.000 visitas ao site ofcial da Guimarães 2012 e cerca de 43.000 visualizações de vídeos no Youtube.
Adicione-se a tudo isto o número recorde de visitantes registados nos 3 museus da nossa cidade, o número impressionante de acessos aos Postos de Turismo (7.000 no fim-de-semana de 21 e 22 de Janeiro) e as elevadas taxas de ocupação nos principais hotéis da cidade. Do que tudo isto significou para o comércio local não é possível falar (talvez a ACIG possa sistematizar e monitorizar esses dados ao longo do ano) por objectivo desconhecimento dos valores de facturação relacionados com essa actividade, mas custará a crer que, também aí, a mais-valia não tenha sido bem significativa.
Sendo assim, mais do que o discurso político, mais do que a expectativa gerada (e nem sempre cumprida, como aconteceu com o Euro 2004, por exemplo), mais do que as palavras de mera circunstância, os primeiros números falam por si e dizem tudo: a CEC é verdadeiramente um acontecimento único para Guimarães e a dimensão da sua importância para um futuro mais risonho é mais do que garantida.
O desafio que temos em mãos é o de capitalizar este investimento e este mediatismo, transformando velhos hábitos e mentalidades, adequando a nossa forma de agir enquanto agentes locais à nova realidade que cresce em nosso redor.
Não podem ter mais lugar as costumeiras ladaínhas do "podia ser melhor", ou do "a ver vamos". Este não é mais o tempo dos ses, das indecisões ou das dúvidas. A CEC 2012 será mesmo uma tremenda mais-valia para a economia local, e os números dos primeiros dias vão-se replicar pelo ano inteiro, pois ainda serão muitos os eventos e actividades de grande atratividade que estão agendados. Quem ainda não se preparou, que o faça quanto antes.

terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

O Vitória precisa de todos

Ao longo dos últimos anos tenho-me abstido de emitir opinião púbica sobre o Vitória. Tenho-a, como é evidente, enquanto cidadão livre e associado, mas entendo que o exercício de funções públicas me obriga ao recato e à equidistância, para mais sendo Vereador do Desporto no Município de Guimarães, onde coabitam mais de um centena de associações desportivas, todas elas merecedoras do meu maior respeito e admiração.
Abro hoje uma excepção porque provavelmente vivemos os dias mais difíceis de um percurso de vida de um clube que caminha para o centenário. O nosso clube. O clube de uma cidade, de um concelho, que todos vivem apaixonadamente e amam incondicionalmente.
A serem verdadeiras as notícias que hoje ficamos a conhecer, o clube terá um passivo que se aproxima vertiginosamente dos 20 milhões de euros. Com algumas das receitas mais significativas já comprometidas, com o acesso à banca e ao crédito bancário praticamente vedado, sem activos que alimentem expectativas de arrecadação de receita num futuro próximo, com sócios que exigem performances desportivas que permitam ocupar sempre os lugares cimeiros da liga profissional,a pergunta que se impõe é apenas esta: como se gere um clube nestas condições?
Se alguém chegasse hoje a Guimarães depois de um período de longa ausência e lhe dissessem que, mesmo nestas condições, existem já quatro putativos candidatos à liderança do Vitória, estupefacção seria a mínima reacção expectável. Mas Guimarães é assim, pejada de vitorianos dos sete costados, dispostos a todos os sacrifícios e imbuídos de um inigualável espirito clubista.
Mas será este o tempo para tantos candidatos? Será este o tempo de uma disputa eleitoral de tal modo atomizada que provoque ainda mais cisões e divergências entre uma família que, só mesmo unida, pode superar este tempo de tremenda dificuldade?
O Vitória vai precisar de todos para superar a tormenta que se aproxima. O Vitória do amanhã exigirá unidade em torno de um modelo de gestão simultâneamente sustentável e capaz de diminuir o passivo; exigirá paciência em relação à equipa profissional, que provavelmente terá de ser sacrificada na sua qualidade pela inibição financeira de contratar bons jogadores; exigirá disponibilidade plena dos novos dirigentes para encontrar soluções de gestão engenhosas que contrariem o cenário de dificuldade em que estamos todos mergulhados; exigirá, por fim, a escolha criteriosa dos melhores para liderar todo este processo.
Com serenidade e ponderação, a discussão aberta e profunda do caminho a seguir, terá de ser a nota dominante. Não excluindo ninguém. É chegada a altura de tirar todos os "esqueletos do armário", de falar sem reservas, de sacrificar a vertigem do imediatismo em prol de uma gestão rigorosa.
O Vitória sobreviverá, disso não tenho dúvidas. Porque mora numa cidade que é feita de gente audaciosa e onde no coração de cada um só palpita fervor clubista ao Vitória. Noutra cidade, com outra gente, tudo seria mais difícil, impossível até. Aqui isso não acontecerá. Nunca.

sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012

Guimarães, cidade de grandes eventos

Há vários anos que Guimarães tem assumido a condição de cidade preferencial para a realização de grandes eventos. A construção do Multiusos de Guimarães e do Centro Cultural Vila Flor (e mais recentemente o São Mamede), aliado à oferta hoteleira de qualidade disponível, as excelentes condições de acessibilidade à cidade e a beleza do nosso Centro Histórico, ampliaram a nossa dimensão enquanto destino de eventos, com o que isso significa de riqueza acrescida para a economia local. Hotéis, restaurantes, bares, estabelecimentos comerciais, transportes públicos e de aluguer, todos beneficiam economicamente com estes fluxos e replica-se um pouco por todo o mundo o reconhecimento de Guimarães como cidade atrativa.
2012 será mais um ano óptimo a este nível. No desporto, teremos a Liga Mundial de Voleibol, o Europeu de Rope Skipping e o Mundial de Xadrez Universitário; vamos receber o Concours Mondial de Bruxelles (o maior evento mundial de vinhos), o Congresso Internacional das Energy Cities, o Congresso Nacional das USF e o Congresso Internacional Histórico de Guimarães. Sei de mais dois ou três grandes congressos científicos organizados pela Universidade do Minho e de muitos outros organizados no âmbito da Capital Europeia da Cultura.
Ao longo do ano, milhares de pessoas vão passar por Guimarães nesses eventos e congressos. De Portugal e de todo o mundo. Vão deixar riqueza e (acredito) vão levar uma imagem positiva da nossa cidade.
É absolutamente crucial para a economia local que Guimarães mantenha viva nos anos vindouros esta dimensão, alimentando permanentemente actividades económicas que são manifestamente afectadas pelo decréscimo acentuado do poder de compra dos locais. Assumir e consolidar este estatuto de cidade de grandes eventos pode bem ser a "almofada" que permita diminuir o impacto da recessão económica que marca o quotidiano deste tempo.

quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

Circuitos turísticos chegam a Guimarães

Com a aprovação hoje, em reunião do Executivo municipal, do programa de concessão de circuitos turísticos, está dado o decisivo passo para que, em breve, a cidade de Guimarães passe a dispor de um autocarro turístico e de Charretes movidas por cavalos.
Os fluxos turísticos visíveis e crescentes, induzidos pela CEC 2012, despertaram o interesse de várias empresas e a Câmara Municipal viu-se na necessidade de atribuir por concessão serviços de animação turistica que só são próprios de grandes cidades. Até agora não se conhecia o interesse de ninguém; de repente, são vários os candidatos. O que é óptimo, porque permite uma selecção e escolha de qualidade, num ganho evidente para o turismo local e para quem nos visita.
O autocarro turístico, com capacidade máxima para 26 passageiros, panorâmico, percorrerá as principiais artérias da cidade, com passagens pelas principais entradas do Centro Histórico, Colina Sagrada, Teleférico, Shopping, Estação de Comboios e zona de Couros, local que brevemente será mais uma atracão da nossa cidade. Funcionará diariamente e terá um serviço de audio-guia em várias línguas.
Já as Charretes, com um percurso mais pequeno e com passagem pelo coração do Centro Histórico, constituirão, estou certo, um elemento de atracão permanente, quiçá transportando-nos a um tempo em que o cavalo era certamente o único "veículo" autorizado a entrar nesse espaço.
Este despertar de interesse de empresas de animação turística, que se revela a outros níveis, com propostas que vão desde o aluguer de bicicletas eléctricas, trixis e segways, até serviços de guias especializados em vertentes até hoje não exploradas em cidades médias como a nossa, revelam a confiança da iniciativa privada no potencial de Guimarães como destino turístico, gerando um "efeito de bola-de-neve" que temos de consolidar: o aumento de turistas induz negócio, este gera o interesse dos privados e novos equipamentos e serviços de animação surgem; a experiência de visita torna-se mais interessante, desperta a curiosidade de novos visitantes e os fluxos tendem a aumentar.
É este o fantástico desafio que temos pela frente nos próximos anos: agarrar com toda a força e determinação esta oportunidade, utilizando a sensatez para distinguir entre a oportunidade e o oportunismo e ousando arriscar em modelos que correspondam às novas tendências.

Produção de lixo em queda acentuada

É um sinal dos tempos. Muito provavelmente dos tempos de dificuldade que vivemos, com a queda brutal do nosso poder de compra e, inevitavelmente, com repercussões sérias nos índices de consumo. A notícia é recente e dá conta que a produção de lixo urbano no nosso país decresceu cerca de 5% no ano findo. No Grande Porto a descida é de 4%, idêntica ao valor que apuramos em Guimarães, na região do centro é de 3%, mas a maior surpresa vem do território da Grande Lisboa e região Oeste, onde o poder de compra é bastante superior ao das restantes regiões, cujo decréscimo atingiu os 5%.
A diminuição da produção de resíduos, sejam eles indiferenciados ou recicláveis, devia ser um desígnio nacional, e não há governo, central ou local, que não olhe para estes resultados com indisfarçável satisfação. Os custos actuais da recolha e tratamento de resíduos absorvem parcelas significativas dos orçamentos, e em Guimarães, por exemplo, a receita arrecadada com a tarifa do lixo não chega sequer para pagar metade dos custos associados ao serviço, implicando um custo orçamental muito superior a 3 milhões de euros.
Gostaria de sentir que o decréscimo da produção de lixo estaria ligada a uma mudança de mentalidade, a novos hábitos de consumo, ao aumento progressivo de resíduos valorizáveis. No entanto, nem isso corresponde actualmente à verdade, pois em Guimarães, em 2011, a recolha selectiva de vidro desceu 6%, a de papel caiu 15% e a de embalagens diminuiu 2,5%. Depois de vários anos consecutivos de subida acentuada destes valores, em 2011 a inversão é total. Existindo uma objectiva razão directa entre a produção de resíduos recicláveis e os índices de consumo, estes números indicam claramente (em conjunto com outros que vamos conhecendo), que o consumo no nosso país está em queda acentuada.
Austeridade em cima de austeridade só pode dar nisto. Não sabemos é por quanto tempo mais!

terça-feira, 31 de janeiro de 2012

Investir na qualificação das pessoas

Procedi hoje à entrega, na companhia do Presidente da Associação Portuguesa de Hotelaria e Restauração, de mais 17 diplomas de participação na acção de formação "Chaves de Guimarães", elevando para 35 o número de proprietários e funcionários de restaurantes de Guimarães que passam a estar mais qualificados para o seu trabalho.
O resultado desta parceria, que teve como destinatários agentes dos ramos da hotelaria, restauração e empresas de animação, era simples: dotar cada um deles com novas ferramentas de conhecimento sobre a história local, oferecendo-lhes novas competências para informar e difundir a oferta turística que nos caracteriza.
Cada um deles, a partir de hoje, pode ser uma espécie de front office de informação turística, ajudando o turista que entra no seu restaurante, bar ou hotel a conhecer melhor a cidade, a sua história e as suas histórias.
Registei o entusiasmo com que participaram nesta acção de formação, e a vontade que manifestaram ter no sentido de criar uma "rede" de partilha de informação entre todos, numa lógica de solidariedade inter pares que só pode ter efeitos positivos no futuro.
Este projecto de qualificação dos agentes turísticos locais foi antecedido de muitos outros (atendimento, cozinha, enologia, pastelaria, inglês e higiene e segurança no trabalho) e constitui hoje uma matriz de actuação preferencial dos serviços de turismo da Câmara Municipal. Investir nas pessoas, nos funcionários anónimos, que são, não raras vezes, a primeira (boa ou má) impressão que deixamos ao turista que nos visita, é um caminho que temos de prosseguir. Para que eles se sintam parte, activa e interessada, na construção de um destino turístico onde a qualidade no atendimento e acolhimento seja verdadeiramente a nossa marca diferenciadora.

Os novos olhares sobre a cidade

Nos últimos dias as redes socais têm sido invadidas por centenas de fotografias de Guimarães. Principalmente dos espaços públicos recentemente requalificados, Toural e Alameda. São novos olhares sobre uma cidade que ousou alterar o facius do seu centro cívico, despertando reacões contraditórias, não deixando ninguém indiferente. Já vi fotografias belíssimas, numa descoberta de recortes, perspectivas e ângulos que nos surpreendem e emocionam. Numas sentimos o rigor e o detalhe de fotógrafo experiente, noutras a ingenuidade e espontaneidade do fotógrafo de ocasião; em todas, porém, se sente a profunda paixão dos seus autores pela cidade, numa demanda colectiva de fixar o momento em que Guimarães abriu portas à Europa e ao mundo no ano em que assumiu o estatuto de Capital Europeia da Cultura.
De todas as fotografias que vi, e já foram muitas, a que encima este post deixou-me fascinado. Chegou-me por mail, através de um amigo. Não sei quem é o seu autor, em que momento e de onde foi captada, mas isso nem interessa para nada. É uma imagem soberba e arrebatadora da "nova" cidade, onde a sombra majestática dos velhos edifícios que nasceram por entre a secular muralha permite destacar a explosão de luz e esplendor que emergem do desenho contemporâneo da nova Alameda.
É uma fotografia poderosa, tocante. Ao seu autor, seja ele quem for, os meus parabéns. Pelo seu olhar fiquei a gostar ainda mais da minha cidade.

domingo, 29 de janeiro de 2012

As nossas casas encheram-se de música

Primeiro em casa de uma amiga, onde su casa foi mi casa, a meio da tarde com o virtuosismo de dois jovens da Orquestra Estúdio, ao anoitecer com a voz deslumbrante da Luísa Sobral, depois com o som afro e frenético dos Buraka Som Sistema, no Multiusos, vivi hoje mais um belíssimo dia na nossa Capital da Cultura.
Pressenti que ia ser mais um dia de fortes emoções quando passei pelo Toural ao início da tarde. O dia estava solarengo e bonito, convidativo a um passeio pela nova sala de visitas da cidade, mas o motivo porque tanta gente por ali passeava era outro. Como confirmei nas praças do Centro Histórico, logo a seguir, também repletas de gente, mas à procura das casas onde a música ia acontecer. De mapa e programa na mão, o motivo do frenesim de muitos vimanarenses e de muitos turistas era a descoberta dos locais onde ia acontecer o projecto "Mi casa es tu casa", uma ideia de Fernando Alvim para a CEC'2012.
32 cidadãos de Guimarães abriram as portas da suas habitações, por onde entraram músicos portugueses conhecidos (Luísa Sobral, Aldina Duarte, Mafalda Veiga, Paulo Praça, Virgem Suta entre muitos outros) e os jovens música da Orquestra Estúdio, aos pares. As lotações eram variadas, mas demasiado pequenas para tantos interessados, e onde deveriam caber apenas 15 ou 20 tiveram de entrar 40, 50 ou 60. Um sucesso. Uma experiência inolvidável esta de estar sentado mesmo em frente a uma cantora talentosa como a Luísa Sobral, num ambiente intimista e informal, com tempo para dois dedos de conversa, um copo e música, muito boa música, só com voz, viola e percussão, nada mais sendo necessário.
A noite passei-a com mais de duas mil pessoas, no Multiusos, onde o corpo era obrigado a exercício inesperado pela energia musical de um grupo de jovens da Buraca, que já dão que falar (e ouvir) por todo o mundo. O público foi fantástico, vibrante, e o concerto foi bom, muito bom mesmo.
No segundo sábado da CEC, a nossa casa continua a encher-se de gente, uma casa que desta vez teve música dentro. Amanhã terá cinema. A ante-estreia nacional dos famosos Marretas e o aclamado western-à-portuguesa "Estrada de Palha" do vimaranense Rodrigo Areias, com música ao vivo de Rita Redshoes e do Legendary Tigerman.

quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

TUG modernizam frota

Os TUG - Transurbanos de Guimarães apresentaram hoje os oito novos autocarros que a partir da próxima segunda-feira vão ser colocados ao serviço dos vimaranenses que utilizam este meio de transporte. Estes novos oito veículos juntam-se a outros dois comprados no ano passado, o que significa que num curto espaço de tempo, e num investimento próximo dos dois milhões de euros, a empresa a quem a Câmara Municipal de Guimarães concessionou os transportes colectivos públicos substituíu 10 dos 34 autocarros da sua frota, tendo diminuído para metade o tempo médio de vida do material circulante.
São 10 autocarros novinhos em folha, vindos directamente da fábrica da Mercedes da Alemanha para as ruas de Guimarães, amigos do ambiente porque muito menos poluentes, com condições de uso adequadas a cidadãos com mobilidade condicionada e que apresentam índices de conforto e comodidade assinaláveis.
É um tremendo esforço de rejuvenescimento da frota e de modernização da empresa, num tempo de crise, de recessão económica e de diminuição do número de passageiros, o que valoriza ainda mais a postura da actual administração dos TUG.
Guimarães será das poucas cidades (talvez mesmo a única) em que a concessão dos transportes públicos não resulta no dispêndio de um cêntimo do orçamento municipal. O entendimento colaborante e profícuo entre a autarquia e o concessionário, num equilíbrio de forças que garante a satisfação da maior parte das exigências dos cidadãos vimaranenses que necessitam desse serviço e a sustentabilidade financeira da empresa, ajudam a perceber os motivos que levaram os TUG e a empresa-mãe ARRIVA a desembolsar dois milhões de euros, em contra-ciclo com a tendência nacional de desinvestimento. Entendo-a como um sinal inequívoco de confiança nesta relação colaborante com a autarquia e de confiança no potencial da cidade e dos utentes dos transurbanos.

quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

O comércio local ainda não percebeu?

As declarações proferidas hoje pelo Presidente da Associação Comercial e Industrial de Guimarães são elucidativas daquilo que pode ser a Capital Europeia da Cultura para o comércio local: uma oportunidade única em tempos de dificuldade.
Disse Carlos Teixeira aos microfones da Rádio Santiago que o fim-de-semana foi excelente para os comerciantes locais, com um volume de vendas considerável e que a satisfação era generalizada.
Para quem duvidava que a CEC pode ajudar a alterar o paradigma da economia local e que é um estímulo muito positivo para quem faz do negócio o seu modo de vida, a resposta foi pronta daquele que os representa. Os hotéis lotaram, os restaurantes encheram uma e outra vez, os bares esgotaram os stocks e muitos estabelecimentos comerciais escoaram os seus produtos aproveitando a multidão que rumou até Guimarães no último fim-de-semana.
E se no sábado foi o que se viu, e previu, não deixa de ser relevante o facto de muitos permanecerem por cá no dia seguinte, porventura rendidos a uma cidade que se apresenta festiva e alegre, mesmo sem espectáculos de encher o olho e a alma, como os do dia anterior.
Promete ser assim o ano todo. Já no próximo fim-de-semana temos em Guimarães os Buraka Som Sistema no Multiusos, a música e músicos de nomeada entrarão pela casa dos vimaranenses no projecto "Mi casa és tu casa" (um projecto que vai surpreender muita gente) e, no domingo, a ante-estreia nacional do filme dos "Marretas", no São Mamede, entre muitas outras coisas. Motivos de sobra para acolher novos públicos e novos visitantes na cidade.
A possibilidade de este cenário se repetir ao longo do ano (convém não esquecer que os Fura del Baus ainda regressam mais três vezes) determina, porém, que os comerciantes locais, principalmente na área da restauração, se preparem convenientemente. Bares que fecham mais cedo porque esgotam stocks de comida e bebida, restaurantes que fecham ao domingo, indícios claros de fraca qualidade de serviço e de atendimento por falta de qualificação dos funcionários, de tudo isto aconteceu um pouco. E não pode acontecer mais. (fiquei a saber hoje que os pincipais restaurantes de Vizela lotaram completamente no domingo com gente que chegava lá desiludida pelo facto de não encontrar restaurantes abertos em Guimarães!...) Não pode acontecer mais. Se é esta a oportunidade que todos ansiavam, convém que não a desperdicem. Porque ela não se repete. No ano da CEC, no ano em que tudo acontece, encerrar restaurantes, bares, pastelarias ou estabelecimentos comerciantes ao domingo para descanso do pessoal ou porque não prepararam convenientemente a reposição de stocks é um erro. Mais do que isso, é um desperdício de riqueza.
É fundamental retirar ilações do fim-de-semana passado, repensar as estratégias e redefinir processos de organização. De que vale ter uma cidade em festa, que atrai forasteiros e turistas, que desperta curiosidade e admiração, se as estruturas locais de suporte ao acolhimento e recepção falharem? Ainda vamos a tempo. Não de convencer os que se foram desiludidos, mas dos muitos que hão-de vir.

domingo, 22 de janeiro de 2012

Do privilégio de ser vimaranense


Dos jornais à blogosfera, na televisão e na rádio, já tudo praticamente se disse sobre o dia de ontem, dia primeiro para Guimarães da Capital Europeia da Cultura. Um dia memorável, que perdurará na memória dos vimaranenses para sempre. E do qual só consigo escrever umas linhas hoje, muitas horas depois de ter abandonado o Centro Histórico, no limite da minha resistência física, ontem sujeita a um duro teste.
Não são necessárias mais palavras para descrever a beleza da Cerimónia de Abertura no Multiusos e do espectáculo dos Fura del Baus, no Toural. Nem da festa depois da festa nas praças do Centro Histórico.
Aproveito as palavras para descrever o privilégio que é ser vimaranense. De pertencer a uma comunidade que sabe dar valor ao que é seu, que participa, vive e partilha com alegria e entusiasmo o que por aqui se faz ou o que por aqui acontece. Que gosta, faz questão mesmo, de ser parte, activa e interessada, nos processos de transformação da sua terra.
Deliciei-me com a cara de espanto de jornalistas e forasteiros sobre a adesão dos vimaranenses a este dia de festa. Ficam siderados, sem conseguir perceber de onde emana este amor genuíno que temos pela nossa cidade. Enfim, não nos conheciam. Ontem receberam o nosso cartão de visita. E da próxima vez que passarem por cá, o espanto vai dar lugar à admiração.
Duas notas finais. Uma para felicitar a RTP pelo excelente trabalho realizado na nossa cidade durante todo o dia. Ontem fez-se serviço público, mostrando-se ao país e à lusofonia que em Portugal existe uma comunidade de gente empreendedora, ousada, capaz, orgulhos e feliz. Que tem nome de Guimarães. Uma outra nota para as televisões privadas, que deviam ter feito mais. E o pouco que fizeram foi manifestamente a reboque da televisão pública e para mostrar a "azia" que sentiam, com especial destaque para a SIC, manifestante empenhada em dar uma imagem de parolismo local, com algumas reportagens execráveis. Muito deve custar a alguns jornalistas perceber que por aqui, longe de Lisboa e dos holofotes da fama, com muito menos dinheiro e meios, existe gente brilhante, que faz (muito) melhor do que eles. Se um dia regressarem, venham mais bem-dispostos ou tragam Eno. Ou então não venham sequer!