Reabriu as portas ontem à utilização sem reservas o Pavilhão do INATEL, a primeira e mais emblemática infra-estrutura desportiva coberta da nossa cidade, depois de muitos anos em que a degradação se assenhorou dele, ao ponto de praticamente inviabilizar a sua utilização para qualquer fim desportivo.
A 23 de Setembro próximo completa 45 anos de existência, depois de ter sido inaugurado pelo então Chefe de Estado, Américo Tomás. Na altura foi a primeira instalação desportiva indoor que a cidade recebeu e por lá passaram muitas gerações de jovens atletas, em várias modalidades, que a consideravam como sua segunda casa.
Conheci o INATEL quando frequentava o ciclo (no edifício que hoje alberga a Câmara Municipal), pois era nele que tinha as minhas aulas de educação física; foi, depois, o meu local de treino e jogo, durante vários anos, altura em que joguei andebol, primeiro pelo Académico, depois pelo Vitória. Foi, ainda, refúgio de muitos sábados e domingos, onde sempre acontecia um jogo qualquer; foi ponto de encontro de amigos, de namoro, de intervalo para um jogo de snooker no Meia Noite, de espera para um jogo do Vitória no estádio, mesmo ali ao lado.
Foi, para mim e para muitos outros, um verdadeiro santuário desportivo. E foi com incontida emoção que ontem fiz o discurso de reabertura do Pavilhao, agora na condição de Vereador do Desporto desta cidade e enquanto responsável pelas negociações que ao longo dos últimos anos foram feitas para convencer a Fundação INATEL a entregar o Pavilhão à Câmara Municipal, permitindo a sua requalificação.
Em 2004, por altura do Europeu de Futebol, a tentativa de entendimento esbarrou numa administração da INATEL que preferia ter o pavilhão fechado a entregá-lo a uma autarquia; nos anos seguintes, a teimosia persistiu. Até que em 2009 a Fundação passou a ser gerida por um cavalheiro e reputado gestor, de nome Vítor Ramalho, a quem presto homenagem, que após uma única reunião, de pouco mais de uma hora, me disse estar totalmente disponível para estabelecer os termos de um protocolo de cedência deste pavilhao. Nem um mês depois o protocolo estava assinado; pouco depois garantiu-se financiamento comunitário e, não fosse a necessidade de acolher os alunos da Escola Francisco de Holandês durante um ano e meio, por força das obras de requalificação da mesma, e talvez o dia de ontem já tivesse sido bastante antecipado.
Paciência. Está feito. O Pavilhao do INATEL está como novo, com novos balneários, nova cobertura, nova instalação eléctrica. Só o piso, o velhinho piso de Madeira se aproveitou. E agora foi devolvido à cidade, aos desportistas e aos clubes, e em breve se transformará no palco de competições desportivas de outros tempos.
Ontem, para comemorar o seu renascimento, convidamos as velhas glórias do voleibol feminino e do andebol masculino, das gerações de 50 e 60, para disputar dois jogos onde só a emoção e amizade permitiram disfarçar o jeito que se perdeu e os músculos que não obedeciam ao comando cerebral. Surpreendentemente, o Pavilhão encheu-se de gente para ver a velhada, e mesmo os antigos zeladores do espaço fizeram questão de marcar presença, recebendo em troca a justa homenagem de todos.
Foi um dia bonito para o desporto vimaranense. Voltamos a ser jovens e valentes. Regressamos à casa que nos ajudou a crescer como homens e desportistas. O INATEL pertence-nos outra vez.
Não tenho dúvidas em afirmar, que o Inatel, foi o grande responsável, pelo aparecimento dos títulos em todas as modalidades na actual Guimarães.
ResponderEliminarNo Andebol e no Volei e até no Basket, foi por lá que tudo começou.
As primeiras Taças, começaram a vir para Guimarães, já naquele tempo.
Só espero que o novo Pavilhão "Almor Vaz", seja agora bem rentabilizado...