sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013

E o Quadrilátero ficou com apenas três lados...


Numa decisão que já havia sido assumida pelo Executivo vimaranense, consumou-se ontem, por deliberação da maioria socialista, a saída de Guimarães do Quadrilátero Urbano, uma associação regional que integrava as cidades de Braga, Barcelos, Famalicão e a nossa, e que pretendia ser um pólo de competitividade territorial e multissectorial.
Para isso, fez-se um esquiço daquilo que devia ser uma estratégia comum de desenvolvimento económico, com parcerias aprofundadas entre os atores em torno de projetos estruturantes, concentrando energias e potencialidades para desenvolver a visibilidade internacional das quatro maiores cidades minhotas.
Belíssimo propósito, que qualquer um de nós subcreveria.
Até que um dia se descobre que, afinal, tudo aquilo era retórica e que, volvidos quatro anos após a sua criação, só se tinha executado 7% (repete-se para que não haja dúvida, 7%) daquilo que era suposto fazer e dos cerca de 15 milhões de euros que havia para gastar.
Numa altura em que o "garrote" governamental imposto às autarquias locais ameaça a sua paralisação, retirando-lhes meios, recursos e autonomia, qualquer político "com dois dedos de testa" vê-se obrigado a redefinir as suas prioridades, priorizando o substantivo e eliminando o acessório.
Não há, por isso, nenhuma Câmara deste país que, nesta altura, não faça contas à vida, definindo as suas prioridades e cortando nas "gorduras", palavra tão cara à coligação de direita que nos governa.
Em Guimarães, os representantes do PSD desta coligação de direita, entendem que havia de manter-se este Quadrilátero, mesmo que pouco ou nada execute. Quando a Câmara apresenta as suas contas anuais com  taxas de execução orçamental na ordem dos 60% ou 70%, aqui d'el rei que a incompetência grassa e que urbe não tem futuro. Quando uma associação regional apresenta taxas de execução quase risíveis, aqui d'el rei que não podemos sair, porque o futuro está nas mãos destas "redes" regionais.
Domingos Bragança, para que não haja dúvidas, assumiu-o corajosamente ontem: vamos rever todas estas parcerias, associações e redes, e só nos manteremos ativos e participantes naquelas que efetivamente resultem numa recohecida mais-valia para Guimarães e para os vimaranenses.
Tudo o resto que se tem dito, de forma assumida ou sub-reptícia, é poeira que distrai o olhar do essencial. Vivemos tempos de austeridade e de recursos escassos; e o futuro que espreita não dá sinais de grande esperança na alteração destes tempos. E ou nos voltamos para aquilo que verdadeiramente importa, no caso em apreço, e porque de uma autarquia local se trata, no apoio às pessoas e às suas necessidades mais prementes, ou seremos cúmplices na destruição da verdadeira essência do poder local.

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