Patrocinado pela Fundação Cidade de Guimarães, integrado na programação da Capital Europeia da Cultura, o espectáculo "Ópera de Todos" subiu ao palco ontem à noite no Centro Cultural Vila Flor.
Mais de 150 pessoas, entre utentes, profissionais e voluntários da Cercigui, proporcionaram a um auditório lotado um espectáculo a que me faltam palavras para o descrever. Foi soberbo, arrebatador, tocante. No palco, durante quase uma hora, não vi pessoas com deficiência ou necessidades especiais. Vi felicidade, rigor artístico, vozes e dançarinos fantásticos; vi entrega, alma de artista, um coro soberbo e um grupo de músicos de excelência. E vi felicidade, muita felicidade. No rosto dos artistas, no rosto dos pais e amigos dos artistas, no rosto de cada uma das pessoas que ocuparam todas as cadeiras disponíveis do auditório. Vi também muitas lágrimas de felicidade, porque era impossível esconder emoção pelo esforço que cada um daqueles jovens especiais dedicou a este espectáculo.
Com esta Ópera de Todos, a capital europeia fez-se de inclusão, comprovando que todos fazem parte dela. E a Cercigui, numa hora apenas, evidenciou toda a qualidade do trabalho dos seus dirigentes, profissionais e voluntários; mostrou a sua razão de existir.
Mais do que um espectaculo, a Ópera de Todos é um hino à igualdade na diferença e um exemplo do poder da música, da dança ou do canto na descoberta de capacidades cognitivas e sensoriais de pessoas com necessidades especiais.
Adorei esta Ópera. Emocionei-me como há muito não acontecia. E adoraria que este espectáculo fosse repetido; não no CCVF, mas numa praça da cidade, para que muitos outros pudessem sentir esta emoção, para que muitos outros aplaudissem de pé a excelência artística destes jovens especiais, prestando justo tributo pelo esforço e paixão que lhe dedicaram.
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