sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

O fado das Nicolinas

A Biblioteca Municipal Raúl Brandão acolheu, no final da tarde de quinta-feira, a primeira sessão de apresentação da equipa de investigadores da Universidade do Minho que vai liderar os projectos de estruturação científica da candidatura das Festas Nicolinas a Património Oral e Imaterial da Humanidade, cuja decisão pertencerá à UNESCO.
Nascido no seio e na vontade da comunidade Nicolina, percorrido algum caminho de vicissitudes próprias de projectos deste quilate e ancorado na adesão e financiamento da Câmara Municipal, indispensáveis para dar escala ao desiderato, dificilmente o processo parará. Mas vai levar o seu tempo. Recorde-se o processo do Centro Histórico de Guimarães e percebe-se que o caminho será longo e espinhoso. Ou o do Fado, mais recentemente.
Importa perceber que só a vontade de uma comundade local não basta. Assim fosse e estaria garantido. É fundamental que se estude com profundidade e rigor documental as raízes e o percurso desta festa, que sendo só nossa, e por isso mesmo única e inimitável, pode levar-nos à vertigem de um facilitismo que inevitavelmente condenará este projecto ao insucesso.
O estudo encomendado pela autarquia à UM terá de notabilizar as Festas Nicolinas como um património de cultura cuja autenticidade e singularidade obriguem o painel de peritos da UNESCO a considerá-lo de tal forma específico, único e rico, que mereça o estatuto de ser preservado como pertença de toda a humanidade.
Como velho Nicolino, para quem a noite fria do Pinheiro é a mais aguardada do ano, acredito que temos condições de base para ser sucedidos. Mas o caminho ainda só agora começou, e num terreno onde há muitos obstáculos a superar. E tal como o fado se fez património do mundo, também será esse o fado nas nossas Festas Nicolinas.

1 comentário:

  1. É bom que o caminho tenha começado e não pare até chegar ao objectivo desejado. Um abraço

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