Procedi hoje à entrega, na companhia do Presidente da Associação Portuguesa de Hotelaria e Restauração, de mais 17 diplomas de participação na acção de formação "Chaves de Guimarães", elevando para 35 o número de proprietários e funcionários de restaurantes de Guimarães que passam a estar mais qualificados para o seu trabalho.
O resultado desta parceria, que teve como destinatários agentes dos ramos da hotelaria, restauração e empresas de animação, era simples: dotar cada um deles com novas ferramentas de conhecimento sobre a história local, oferecendo-lhes novas competências para informar e difundir a oferta turística que nos caracteriza.
Cada um deles, a partir de hoje, pode ser uma espécie de front office de informação turística, ajudando o turista que entra no seu restaurante, bar ou hotel a conhecer melhor a cidade, a sua história e as suas histórias.
Registei o entusiasmo com que participaram nesta acção de formação, e a vontade que manifestaram ter no sentido de criar uma "rede" de partilha de informação entre todos, numa lógica de solidariedade inter pares que só pode ter efeitos positivos no futuro.
Este projecto de qualificação dos agentes turísticos locais foi antecedido de muitos outros (atendimento, cozinha, enologia, pastelaria, inglês e higiene e segurança no trabalho) e constitui hoje uma matriz de actuação preferencial dos serviços de turismo da Câmara Municipal. Investir nas pessoas, nos funcionários anónimos, que são, não raras vezes, a primeira (boa ou má) impressão que deixamos ao turista que nos visita, é um caminho que temos de prosseguir. Para que eles se sintam parte, activa e interessada, na construção de um destino turístico onde a qualidade no atendimento e acolhimento seja verdadeiramente a nossa marca diferenciadora.
terça-feira, 31 de janeiro de 2012
Os novos olhares sobre a cidade
Nos últimos dias as redes socais têm sido invadidas por centenas de fotografias de Guimarães. Principalmente dos espaços públicos recentemente requalificados, Toural e Alameda. São novos olhares sobre uma cidade que ousou alterar o facius do seu centro cívico, despertando reacões contraditórias, não deixando ninguém indiferente. Já vi fotografias belíssimas, numa descoberta de recortes, perspectivas e ângulos que nos surpreendem e emocionam. Numas sentimos o rigor e o detalhe de fotógrafo experiente, noutras a ingenuidade e espontaneidade do fotógrafo de ocasião; em todas, porém, se sente a profunda paixão dos seus autores pela cidade, numa demanda colectiva de fixar o momento em que Guimarães abriu portas à Europa e ao mundo no ano em que assumiu o estatuto de Capital Europeia da Cultura.
De todas as fotografias que vi, e já foram muitas, a que encima este post deixou-me fascinado. Chegou-me por mail, através de um amigo. Não sei quem é o seu autor, em que momento e de onde foi captada, mas isso nem interessa para nada. É uma imagem soberba e arrebatadora da "nova" cidade, onde a sombra majestática dos velhos edifícios que nasceram por entre a secular muralha permite destacar a explosão de luz e esplendor que emergem do desenho contemporâneo da nova Alameda.
É uma fotografia poderosa, tocante. Ao seu autor, seja ele quem for, os meus parabéns. Pelo seu olhar fiquei a gostar ainda mais da minha cidade.
De todas as fotografias que vi, e já foram muitas, a que encima este post deixou-me fascinado. Chegou-me por mail, através de um amigo. Não sei quem é o seu autor, em que momento e de onde foi captada, mas isso nem interessa para nada. É uma imagem soberba e arrebatadora da "nova" cidade, onde a sombra majestática dos velhos edifícios que nasceram por entre a secular muralha permite destacar a explosão de luz e esplendor que emergem do desenho contemporâneo da nova Alameda.
É uma fotografia poderosa, tocante. Ao seu autor, seja ele quem for, os meus parabéns. Pelo seu olhar fiquei a gostar ainda mais da minha cidade.
domingo, 29 de janeiro de 2012
As nossas casas encheram-se de música
Primeiro em casa de uma amiga, onde su casa foi mi casa, a meio da tarde com o virtuosismo de dois jovens da Orquestra Estúdio, ao anoitecer com a voz deslumbrante da Luísa Sobral, depois com o som afro e frenético dos Buraka Som Sistema, no Multiusos, vivi hoje mais um belíssimo dia na nossa Capital da Cultura.
Pressenti que ia ser mais um dia de fortes emoções quando passei pelo Toural ao início da tarde. O dia estava solarengo e bonito, convidativo a um passeio pela nova sala de visitas da cidade, mas o motivo porque tanta gente por ali passeava era outro. Como confirmei nas praças do Centro Histórico, logo a seguir, também repletas de gente, mas à procura das casas onde a música ia acontecer. De mapa e programa na mão, o motivo do frenesim de muitos vimanarenses e de muitos turistas era a descoberta dos locais onde ia acontecer o projecto "Mi casa es tu casa", uma ideia de Fernando Alvim para a CEC'2012.
32 cidadãos de Guimarães abriram as portas da suas habitações, por onde entraram músicos portugueses conhecidos (Luísa Sobral, Aldina Duarte, Mafalda Veiga, Paulo Praça, Virgem Suta entre muitos outros) e os jovens música da Orquestra Estúdio, aos pares. As lotações eram variadas, mas demasiado pequenas para tantos interessados, e onde deveriam caber apenas 15 ou 20 tiveram de entrar 40, 50 ou 60. Um sucesso. Uma experiência inolvidável esta de estar sentado mesmo em frente a uma cantora talentosa como a Luísa Sobral, num ambiente intimista e informal, com tempo para dois dedos de conversa, um copo e música, muito boa música, só com voz, viola e percussão, nada mais sendo necessário.
A noite passei-a com mais de duas mil pessoas, no Multiusos, onde o corpo era obrigado a exercício inesperado pela energia musical de um grupo de jovens da Buraca, que já dão que falar (e ouvir) por todo o mundo. O público foi fantástico, vibrante, e o concerto foi bom, muito bom mesmo.
No segundo sábado da CEC, a nossa casa continua a encher-se de gente, uma casa que desta vez teve música dentro. Amanhã terá cinema. A ante-estreia nacional dos famosos Marretas e o aclamado western-à-portuguesa "Estrada de Palha" do vimaranense Rodrigo Areias, com música ao vivo de Rita Redshoes e do Legendary Tigerman.
Pressenti que ia ser mais um dia de fortes emoções quando passei pelo Toural ao início da tarde. O dia estava solarengo e bonito, convidativo a um passeio pela nova sala de visitas da cidade, mas o motivo porque tanta gente por ali passeava era outro. Como confirmei nas praças do Centro Histórico, logo a seguir, também repletas de gente, mas à procura das casas onde a música ia acontecer. De mapa e programa na mão, o motivo do frenesim de muitos vimanarenses e de muitos turistas era a descoberta dos locais onde ia acontecer o projecto "Mi casa es tu casa", uma ideia de Fernando Alvim para a CEC'2012.
32 cidadãos de Guimarães abriram as portas da suas habitações, por onde entraram músicos portugueses conhecidos (Luísa Sobral, Aldina Duarte, Mafalda Veiga, Paulo Praça, Virgem Suta entre muitos outros) e os jovens música da Orquestra Estúdio, aos pares. As lotações eram variadas, mas demasiado pequenas para tantos interessados, e onde deveriam caber apenas 15 ou 20 tiveram de entrar 40, 50 ou 60. Um sucesso. Uma experiência inolvidável esta de estar sentado mesmo em frente a uma cantora talentosa como a Luísa Sobral, num ambiente intimista e informal, com tempo para dois dedos de conversa, um copo e música, muito boa música, só com voz, viola e percussão, nada mais sendo necessário.
A noite passei-a com mais de duas mil pessoas, no Multiusos, onde o corpo era obrigado a exercício inesperado pela energia musical de um grupo de jovens da Buraca, que já dão que falar (e ouvir) por todo o mundo. O público foi fantástico, vibrante, e o concerto foi bom, muito bom mesmo.
No segundo sábado da CEC, a nossa casa continua a encher-se de gente, uma casa que desta vez teve música dentro. Amanhã terá cinema. A ante-estreia nacional dos famosos Marretas e o aclamado western-à-portuguesa "Estrada de Palha" do vimaranense Rodrigo Areias, com música ao vivo de Rita Redshoes e do Legendary Tigerman.
quinta-feira, 26 de janeiro de 2012
TUG modernizam frota
Os TUG - Transurbanos de Guimarães apresentaram hoje os oito novos autocarros que a partir da próxima segunda-feira vão ser colocados ao serviço dos vimaranenses que utilizam este meio de transporte. Estes novos oito veículos juntam-se a outros dois comprados no ano passado, o que significa que num curto espaço de tempo, e num investimento próximo dos dois milhões de euros, a empresa a quem a Câmara Municipal de Guimarães concessionou os transportes colectivos públicos substituíu 10 dos 34 autocarros da sua frota, tendo diminuído para metade o tempo médio de vida do material circulante.
São 10 autocarros novinhos em folha, vindos directamente da fábrica da Mercedes da Alemanha para as ruas de Guimarães, amigos do ambiente porque muito menos poluentes, com condições de uso adequadas a cidadãos com mobilidade condicionada e que apresentam índices de conforto e comodidade assinaláveis.
É um tremendo esforço de rejuvenescimento da frota e de modernização da empresa, num tempo de crise, de recessão económica e de diminuição do número de passageiros, o que valoriza ainda mais a postura da actual administração dos TUG.
Guimarães será das poucas cidades (talvez mesmo a única) em que a concessão dos transportes públicos não resulta no dispêndio de um cêntimo do orçamento municipal. O entendimento colaborante e profícuo entre a autarquia e o concessionário, num equilíbrio de forças que garante a satisfação da maior parte das exigências dos cidadãos vimaranenses que necessitam desse serviço e a sustentabilidade financeira da empresa, ajudam a perceber os motivos que levaram os TUG e a empresa-mãe ARRIVA a desembolsar dois milhões de euros, em contra-ciclo com a tendência nacional de desinvestimento. Entendo-a como um sinal inequívoco de confiança nesta relação colaborante com a autarquia e de confiança no potencial da cidade e dos utentes dos transurbanos.
São 10 autocarros novinhos em folha, vindos directamente da fábrica da Mercedes da Alemanha para as ruas de Guimarães, amigos do ambiente porque muito menos poluentes, com condições de uso adequadas a cidadãos com mobilidade condicionada e que apresentam índices de conforto e comodidade assinaláveis.
É um tremendo esforço de rejuvenescimento da frota e de modernização da empresa, num tempo de crise, de recessão económica e de diminuição do número de passageiros, o que valoriza ainda mais a postura da actual administração dos TUG.
Guimarães será das poucas cidades (talvez mesmo a única) em que a concessão dos transportes públicos não resulta no dispêndio de um cêntimo do orçamento municipal. O entendimento colaborante e profícuo entre a autarquia e o concessionário, num equilíbrio de forças que garante a satisfação da maior parte das exigências dos cidadãos vimaranenses que necessitam desse serviço e a sustentabilidade financeira da empresa, ajudam a perceber os motivos que levaram os TUG e a empresa-mãe ARRIVA a desembolsar dois milhões de euros, em contra-ciclo com a tendência nacional de desinvestimento. Entendo-a como um sinal inequívoco de confiança nesta relação colaborante com a autarquia e de confiança no potencial da cidade e dos utentes dos transurbanos.
quarta-feira, 25 de janeiro de 2012
O comércio local ainda não percebeu?
As declarações proferidas hoje pelo Presidente da Associação Comercial e Industrial de Guimarães são elucidativas daquilo que pode ser a Capital Europeia da Cultura para o comércio local: uma oportunidade única em tempos de dificuldade.
Disse Carlos Teixeira aos microfones da Rádio Santiago que o fim-de-semana foi excelente para os comerciantes locais, com um volume de vendas considerável e que a satisfação era generalizada.
Para quem duvidava que a CEC pode ajudar a alterar o paradigma da economia local e que é um estímulo muito positivo para quem faz do negócio o seu modo de vida, a resposta foi pronta daquele que os representa. Os hotéis lotaram, os restaurantes encheram uma e outra vez, os bares esgotaram os stocks e muitos estabelecimentos comerciais escoaram os seus produtos aproveitando a multidão que rumou até Guimarães no último fim-de-semana.
E se no sábado foi o que se viu, e previu, não deixa de ser relevante o facto de muitos permanecerem por cá no dia seguinte, porventura rendidos a uma cidade que se apresenta festiva e alegre, mesmo sem espectáculos de encher o olho e a alma, como os do dia anterior.
Promete ser assim o ano todo. Já no próximo fim-de-semana temos em Guimarães os Buraka Som Sistema no Multiusos, a música e músicos de nomeada entrarão pela casa dos vimaranenses no projecto "Mi casa és tu casa" (um projecto que vai surpreender muita gente) e, no domingo, a ante-estreia nacional do filme dos "Marretas", no São Mamede, entre muitas outras coisas. Motivos de sobra para acolher novos públicos e novos visitantes na cidade.
A possibilidade de este cenário se repetir ao longo do ano (convém não esquecer que os Fura del Baus ainda regressam mais três vezes) determina, porém, que os comerciantes locais, principalmente na área da restauração, se preparem convenientemente. Bares que fecham mais cedo porque esgotam stocks de comida e bebida, restaurantes que fecham ao domingo, indícios claros de fraca qualidade de serviço e de atendimento por falta de qualificação dos funcionários, de tudo isto aconteceu um pouco. E não pode acontecer mais. (fiquei a saber hoje que os pincipais restaurantes de Vizela lotaram completamente no domingo com gente que chegava lá desiludida pelo facto de não encontrar restaurantes abertos em Guimarães!...) Não pode acontecer mais. Se é esta a oportunidade que todos ansiavam, convém que não a desperdicem. Porque ela não se repete. No ano da CEC, no ano em que tudo acontece, encerrar restaurantes, bares, pastelarias ou estabelecimentos comerciantes ao domingo para descanso do pessoal ou porque não prepararam convenientemente a reposição de stocks é um erro. Mais do que isso, é um desperdício de riqueza.
É fundamental retirar ilações do fim-de-semana passado, repensar as estratégias e redefinir processos de organização. De que vale ter uma cidade em festa, que atrai forasteiros e turistas, que desperta curiosidade e admiração, se as estruturas locais de suporte ao acolhimento e recepção falharem? Ainda vamos a tempo. Não de convencer os que se foram desiludidos, mas dos muitos que hão-de vir.
Disse Carlos Teixeira aos microfones da Rádio Santiago que o fim-de-semana foi excelente para os comerciantes locais, com um volume de vendas considerável e que a satisfação era generalizada.
Para quem duvidava que a CEC pode ajudar a alterar o paradigma da economia local e que é um estímulo muito positivo para quem faz do negócio o seu modo de vida, a resposta foi pronta daquele que os representa. Os hotéis lotaram, os restaurantes encheram uma e outra vez, os bares esgotaram os stocks e muitos estabelecimentos comerciais escoaram os seus produtos aproveitando a multidão que rumou até Guimarães no último fim-de-semana.
E se no sábado foi o que se viu, e previu, não deixa de ser relevante o facto de muitos permanecerem por cá no dia seguinte, porventura rendidos a uma cidade que se apresenta festiva e alegre, mesmo sem espectáculos de encher o olho e a alma, como os do dia anterior.
Promete ser assim o ano todo. Já no próximo fim-de-semana temos em Guimarães os Buraka Som Sistema no Multiusos, a música e músicos de nomeada entrarão pela casa dos vimaranenses no projecto "Mi casa és tu casa" (um projecto que vai surpreender muita gente) e, no domingo, a ante-estreia nacional do filme dos "Marretas", no São Mamede, entre muitas outras coisas. Motivos de sobra para acolher novos públicos e novos visitantes na cidade.
A possibilidade de este cenário se repetir ao longo do ano (convém não esquecer que os Fura del Baus ainda regressam mais três vezes) determina, porém, que os comerciantes locais, principalmente na área da restauração, se preparem convenientemente. Bares que fecham mais cedo porque esgotam stocks de comida e bebida, restaurantes que fecham ao domingo, indícios claros de fraca qualidade de serviço e de atendimento por falta de qualificação dos funcionários, de tudo isto aconteceu um pouco. E não pode acontecer mais. (fiquei a saber hoje que os pincipais restaurantes de Vizela lotaram completamente no domingo com gente que chegava lá desiludida pelo facto de não encontrar restaurantes abertos em Guimarães!...) Não pode acontecer mais. Se é esta a oportunidade que todos ansiavam, convém que não a desperdicem. Porque ela não se repete. No ano da CEC, no ano em que tudo acontece, encerrar restaurantes, bares, pastelarias ou estabelecimentos comerciantes ao domingo para descanso do pessoal ou porque não prepararam convenientemente a reposição de stocks é um erro. Mais do que isso, é um desperdício de riqueza.
É fundamental retirar ilações do fim-de-semana passado, repensar as estratégias e redefinir processos de organização. De que vale ter uma cidade em festa, que atrai forasteiros e turistas, que desperta curiosidade e admiração, se as estruturas locais de suporte ao acolhimento e recepção falharem? Ainda vamos a tempo. Não de convencer os que se foram desiludidos, mas dos muitos que hão-de vir.
domingo, 22 de janeiro de 2012
Do privilégio de ser vimaranense
Dos jornais à blogosfera, na televisão e na rádio, já tudo praticamente se disse sobre o dia de ontem, dia primeiro para Guimarães da Capital Europeia da Cultura. Um dia memorável, que perdurará na memória dos vimaranenses para sempre. E do qual só consigo escrever umas linhas hoje, muitas horas depois de ter abandonado o Centro Histórico, no limite da minha resistência física, ontem sujeita a um duro teste.
Não são necessárias mais palavras para descrever a beleza da Cerimónia de Abertura no Multiusos e do espectáculo dos Fura del Baus, no Toural. Nem da festa depois da festa nas praças do Centro Histórico.
Aproveito as palavras para descrever o privilégio que é ser vimaranense. De pertencer a uma comunidade que sabe dar valor ao que é seu, que participa, vive e partilha com alegria e entusiasmo o que por aqui se faz ou o que por aqui acontece. Que gosta, faz questão mesmo, de ser parte, activa e interessada, nos processos de transformação da sua terra.
Deliciei-me com a cara de espanto de jornalistas e forasteiros sobre a adesão dos vimaranenses a este dia de festa. Ficam siderados, sem conseguir perceber de onde emana este amor genuíno que temos pela nossa cidade. Enfim, não nos conheciam. Ontem receberam o nosso cartão de visita. E da próxima vez que passarem por cá, o espanto vai dar lugar à admiração.
Duas notas finais. Uma para felicitar a RTP pelo excelente trabalho realizado na nossa cidade durante todo o dia. Ontem fez-se serviço público, mostrando-se ao país e à lusofonia que em Portugal existe uma comunidade de gente empreendedora, ousada, capaz, orgulhos e feliz. Que tem nome de Guimarães. Uma outra nota para as televisões privadas, que deviam ter feito mais. E o pouco que fizeram foi manifestamente a reboque da televisão pública e para mostrar a "azia" que sentiam, com especial destaque para a SIC, manifestante empenhada em dar uma imagem de parolismo local, com algumas reportagens execráveis. Muito deve custar a alguns jornalistas perceber que por aqui, longe de Lisboa e dos holofotes da fama, com muito menos dinheiro e meios, existe gente brilhante, que faz (muito) melhor do que eles. Se um dia regressarem, venham mais bem-dispostos ou tragam Eno. Ou então não venham sequer!
quinta-feira, 19 de janeiro de 2012
É melhor prevenir do que remediar
À semelhança do que tem acontecido nos dois últimos anos, a Câmara Municipal tem em curso uma operação de limpeza e desobstrução de linhas de água e de afluentes de ribeiras e rios que atravessam a nossa cidade, que por vezes, durante o Inverno, elevam bastante os seus níveis, provocando assoreamentos, cheias e prejuízos.
Inserido num plano especial de prevenção de cheias e inundações, esta operação segue-se a um conjunto de acções igualmente importantes de desobstrução de sarjetas, de limpeza de valetas junto às vias de comunicação e de limpeza de folhas e verificação de caixas de escoamento, acções essas que têm mitigado em grande medida os efeitos nefastos das fortes intempéries que, por vezes, nos assolam e que, também por vezes, provocam danos materiais consideráveis em zonas de leito de cheia, como é o caso de alguns locais no centro da própria Cidade. Mas estas operações de limpeza permitem, igualmente, a requalificação e reabilitação das áreas de lazer e dos parques verdes atravessados por esses rios e ribeiros, devolvendo as zonas ribeirinhas à fruição das pessoas, como são exemplos recentes a recuperação da represa em Cerca do Selho (Creixomil) ou a travessia do Ribeiro de Couros no Parque da Cidade.
São cerca de 4.5 quilómetros de linhas de água que estão a ser intervencionados, contemplando o Rio Selho, junto à Ponte Romana de Selho S. Lourenço e junto à Rua Cerca do Selho até à Ponte Medieval (incluindo a Rua dos Moinhos), em Creixomil, e o Ribeiro de Couros, mais especificamente no troço do Parque das Hortas, da Rua Calouste Gulbenkian até aos tanques públicos do Largo da República do Brasil (incluindo o troço fechado que atravessa o campo da Feira), na Rua da Ramada à Rua Vila Flor, desde a zona da Caldeiroa até às Eiras, passando pelo Mercado Municipal, Central de Camionagem, Alameda Mariano Felgueiras e Circular Urbana, troço desde a Circular Urbana até às Eiras e o troço do Parque da Cidade até à Rotunda dos Lyons.
É uma obra que passa despercebida ao olhar de quase todos, mas que tem sido fundamental para garantir maior qualidade de vida e sossego a todos quantos habitam perto dessas linhas de água, contribuindo, de igual modo, para o (re)equilíbrio ambiental, património que em Guimarães é de dimensão muito assinalável.
Inserido num plano especial de prevenção de cheias e inundações, esta operação segue-se a um conjunto de acções igualmente importantes de desobstrução de sarjetas, de limpeza de valetas junto às vias de comunicação e de limpeza de folhas e verificação de caixas de escoamento, acções essas que têm mitigado em grande medida os efeitos nefastos das fortes intempéries que, por vezes, nos assolam e que, também por vezes, provocam danos materiais consideráveis em zonas de leito de cheia, como é o caso de alguns locais no centro da própria Cidade. Mas estas operações de limpeza permitem, igualmente, a requalificação e reabilitação das áreas de lazer e dos parques verdes atravessados por esses rios e ribeiros, devolvendo as zonas ribeirinhas à fruição das pessoas, como são exemplos recentes a recuperação da represa em Cerca do Selho (Creixomil) ou a travessia do Ribeiro de Couros no Parque da Cidade.
São cerca de 4.5 quilómetros de linhas de água que estão a ser intervencionados, contemplando o Rio Selho, junto à Ponte Romana de Selho S. Lourenço e junto à Rua Cerca do Selho até à Ponte Medieval (incluindo a Rua dos Moinhos), em Creixomil, e o Ribeiro de Couros, mais especificamente no troço do Parque das Hortas, da Rua Calouste Gulbenkian até aos tanques públicos do Largo da República do Brasil (incluindo o troço fechado que atravessa o campo da Feira), na Rua da Ramada à Rua Vila Flor, desde a zona da Caldeiroa até às Eiras, passando pelo Mercado Municipal, Central de Camionagem, Alameda Mariano Felgueiras e Circular Urbana, troço desde a Circular Urbana até às Eiras e o troço do Parque da Cidade até à Rotunda dos Lyons.
É uma obra que passa despercebida ao olhar de quase todos, mas que tem sido fundamental para garantir maior qualidade de vida e sossego a todos quantos habitam perto dessas linhas de água, contribuindo, de igual modo, para o (re)equilíbrio ambiental, património que em Guimarães é de dimensão muito assinalável.
quarta-feira, 18 de janeiro de 2012
Ritmo louco
Hoje o dia começou cedo. Como quase sempre. O despertador acordou-me às 7h30 e o pequeno-almoço estava despachado pouco depois das 8h00,sem tempo para dar uma vista de olhos aos jornais. A manhã começou com o acompanhamento da empresa que está a instalar uns pórticos nas principas entradas da cidade com informação sobre os parques públicos de estacionamento disponíveis, seguindo-se uma viagem de carro pelas ruas da cidade para escolher locais onde será necessário reforçar a sinalética de indicação dos mesmos. Às 9h30, já no meu gabinete, tempo de audiências com quatro munícipes, como acontece todas as manhãs de quarta-feira. Por volta das 11h00, ronda de conversas com as chefias das equipas de limpeza, jardins e trânsito para actualizar informação sobre o conjunto de tarefas distribuídas no inicio da semana, todas relacionadas com a preparação das cerimónias e eventos do próximo sábado.
Da Câmara para o Toural, para me encontrar com responsáveis pelo espectáculo de sábado à noite.
Já passava da uma quando me sentei na Cervejaria Martins para um almoço que não durou mais de 20 minutos. À minha espera estava o chefe da equipa que está a podar as árvores na avenida D. Afonso Henriques; algumas indicações para orientar um trabalho que terá de estar concluído na sexta-feira e toca a marchar para a zona de Couros, para uma visita rápida às obras em curso e decidir alguns detalhes da minha área de competência.
Parte da tarde passei-a na Praça de S. Tiago e no Largo da Oliveira, reunindo individualmente com os proprietários de bares e restaurantes, dando instruções e prestando informação sobre a organização de esplanadas para sábado, tendo em conta as exigências das transmissões televisivas previstas para esses locais, assim como a festa agendada para o final do espectáculo do Toural. De permeio, entrevista para a Antena 1 sobre o facto de hotéis e restaurantes estarem já praticamente esgotados. Por volta das 16, encontro com o encarregado pela nova Brigada do Centro Histórico, para fazer o ponto de situação das pequenas intervenções em curso para aprimorar a nossa " jóia da coroa". Encontro rápido porque já estava atrasado para uma reunião no Multiusos com as forças policiais que estão a organizar toda a segurança do evento. Antes do regresso ao gabinete, passagem pelas obras em curso no Salgueiral para uma conversa com os técnicos municipais que fiscalizam a obra, e a garantia que tudo estará pronto a horas e a tempo de uma intervenção de limpeza em toda a área envolvente agendada para sexta à tarde e sábado de manhã.
Por volta das 18, de novo no Gabinete, desta vez para reunir com o meu Adjunto, que tem a responsabilidade de coordenar todo o trabalho do departamento e que me dá nota de tudo aquilo que me passou ao lado durante o dia. Dia que não acabaria sem o despacho de dezenas de processos administrativos que ao final da tarde se acumulam na minha mesa, a resposta a dezenas de mails acumulados na caixa do correio durante todo o dia e a preparação da reunião do Executivo municipal de amanhã. Mais de doze horas depois, regressei a casa, dando o dia de trabalho por concluído e sem tempo, mais uma vez, para a retemperadora "horita de ginásio", que me ajuda a compensar o desgaste físico e mental que este louco ritmo de trabalho impõe.
Enfim, mais um igual a todos os outros...
Da Câmara para o Toural, para me encontrar com responsáveis pelo espectáculo de sábado à noite.
Já passava da uma quando me sentei na Cervejaria Martins para um almoço que não durou mais de 20 minutos. À minha espera estava o chefe da equipa que está a podar as árvores na avenida D. Afonso Henriques; algumas indicações para orientar um trabalho que terá de estar concluído na sexta-feira e toca a marchar para a zona de Couros, para uma visita rápida às obras em curso e decidir alguns detalhes da minha área de competência.
Parte da tarde passei-a na Praça de S. Tiago e no Largo da Oliveira, reunindo individualmente com os proprietários de bares e restaurantes, dando instruções e prestando informação sobre a organização de esplanadas para sábado, tendo em conta as exigências das transmissões televisivas previstas para esses locais, assim como a festa agendada para o final do espectáculo do Toural. De permeio, entrevista para a Antena 1 sobre o facto de hotéis e restaurantes estarem já praticamente esgotados. Por volta das 16, encontro com o encarregado pela nova Brigada do Centro Histórico, para fazer o ponto de situação das pequenas intervenções em curso para aprimorar a nossa " jóia da coroa". Encontro rápido porque já estava atrasado para uma reunião no Multiusos com as forças policiais que estão a organizar toda a segurança do evento. Antes do regresso ao gabinete, passagem pelas obras em curso no Salgueiral para uma conversa com os técnicos municipais que fiscalizam a obra, e a garantia que tudo estará pronto a horas e a tempo de uma intervenção de limpeza em toda a área envolvente agendada para sexta à tarde e sábado de manhã.
Por volta das 18, de novo no Gabinete, desta vez para reunir com o meu Adjunto, que tem a responsabilidade de coordenar todo o trabalho do departamento e que me dá nota de tudo aquilo que me passou ao lado durante o dia. Dia que não acabaria sem o despacho de dezenas de processos administrativos que ao final da tarde se acumulam na minha mesa, a resposta a dezenas de mails acumulados na caixa do correio durante todo o dia e a preparação da reunião do Executivo municipal de amanhã. Mais de doze horas depois, regressei a casa, dando o dia de trabalho por concluído e sem tempo, mais uma vez, para a retemperadora "horita de ginásio", que me ajuda a compensar o desgaste físico e mental que este louco ritmo de trabalho impõe.
Enfim, mais um igual a todos os outros...
Empresas de Guimarães ajudam na promoção
Por iniciativa da Câmara Municipal, e com o apoio da Fundação Cidade de Guimarães, onze empresas exportadoras do nosso concelho iniciaram esta semana a distribuição de três milhões de flyers (panfletos), iguais aos da imagem deste post, por todo o mundo.
A ideia é muito simples: aproveitar as embalagens dos produtos que as nossas empresas exportam para lançar um convite, à escala mundial, para que visitem a nossa cidade em 2012.
Um dia destes, um qualquer cidadão dos Estados Unidos, do Japão, da Austrália ou da China, num total de 32 países, quando comprar num qualquer estabelecimento comercial uma peça de roupa, um atoalhado, um par de sapatos ou um faqueiro que seja produzido pelas empresas do nosso concelho que aderiram a este projecto (Cutipol, Kyaia, Babex, Herdmar, Lameirinho, Tictel, 2work4, Take a Walk, Jobarros, J.A.M. e Sampedro), serão surpreendidos com um pequeno, mas simpático, flyer convidando-os a conhecer Guimarães no ano em que será Capital Europeia da Cultura.
Esta acção de promoção internacional mereceu o apoio entusiástico das empresas, estando o processo em aberto para que outras possam aderir, e contribuirá para uma maior notoriedade de Guimarães junto de um segmento de mercado que corresponde ao perfil do turista que nos visita, já que todas estas empresas estão associadas a marcas de grande relevância comercial.
Quando todos ajudam, tudo é bem mais fácil.
A ideia é muito simples: aproveitar as embalagens dos produtos que as nossas empresas exportam para lançar um convite, à escala mundial, para que visitem a nossa cidade em 2012.
Um dia destes, um qualquer cidadão dos Estados Unidos, do Japão, da Austrália ou da China, num total de 32 países, quando comprar num qualquer estabelecimento comercial uma peça de roupa, um atoalhado, um par de sapatos ou um faqueiro que seja produzido pelas empresas do nosso concelho que aderiram a este projecto (Cutipol, Kyaia, Babex, Herdmar, Lameirinho, Tictel, 2work4, Take a Walk, Jobarros, J.A.M. e Sampedro), serão surpreendidos com um pequeno, mas simpático, flyer convidando-os a conhecer Guimarães no ano em que será Capital Europeia da Cultura.
Esta acção de promoção internacional mereceu o apoio entusiástico das empresas, estando o processo em aberto para que outras possam aderir, e contribuirá para uma maior notoriedade de Guimarães junto de um segmento de mercado que corresponde ao perfil do turista que nos visita, já que todas estas empresas estão associadas a marcas de grande relevância comercial.
Quando todos ajudam, tudo é bem mais fácil.
terça-feira, 17 de janeiro de 2012
Guimarães nunca viu uma festa assim!
Sábado será um dia memorável para Guimarães e para os vimaranenses. 21 de Janeiro de 2012 ficará indelevelmente marcado na história da nossa cidade como o dia em que Guimarães mostrou ao mundo a qualidade excepcional das suas gentes, que ousam desafiar o marasmo nacional com o tremendo desafio que é organizar uma Capital Europeia da Cultura.
Não conheço ninguém que diga não vá participar nesse dia memorável. Não conheço ninguém que diga não se sentir orgulhoso por tudo quanto está a acontecer. Todos falam a uma só voz, briosos da sua condição de vimaranenses, exigindo ser parte.
O Multiusos é pequeno demais para tantos interessados em assistir à cerimónia oficial de abertura da CEC, e os mais de 1.700 bilhetes disponibilizados para o público esgotaram em três dias. O Toural será pequeno para tanta gente que quer assistir ao fabuloso espectáculo dos Fura del Baus e a organização prepara-se para instalar um série de écrans gigantes pela cidade. Dizem-me que os hotéis estão praticamente cheios e que os restaurantes do centro e periferia da cidade estão lotados. O Centro Histórico, tal como na passagem de ano, abre portas toda a noite e a animação promete ser muita para os milhares que aí desejarão acabar a festa.
Hoje soube-se que a RTP instalará em Guimarães um estúdio gigantesco, com transmissão directa dos telejornais das 13 e das 20 e da cerimónia do Multiusos no canal 1 e do espectáculo da noite no seu canal de cabo, para além de outros programas especiais durante todo o dia. Mas outras televisões e outras rádios de referência, nacionais e estrangeiras, aqui instalarão os seus estúdios durante todo o dia. Portugal inteiro acontece em Guimarães no próximo sábado.
Guimarães nunca viu festa assim. E como a merece!
A doçaria vimaranense é uma tentação!
Foi hoje apresentado, no Salão Nobre da Câmara Municipal de Guimarães, o livro "A Doçaria Tradicional Vimaranense". Pela primeira vez, de forma sistematizada, a autarquia coloca em papel o receituário da doçaria típicamente vimaranense, numa grande parte produto genuíno do gosto e sensibilidade das freiras dos conventos locais, principalmente o de Santa Clara.
O trabalho meticuloso de investigação da Dra Maria Isabel Fernandes leva-nos até aos longínquos anos de Quinhentos e Seiscentos, sendo do ano de 1517 o primeiro registo conhecido da doçaria que por aqui se confeccionava (biscoitos, queijadas e conservas de açúcar e mel), numa viagem até aos dias de hoje, oferecendo-nos um relato histórico da evolução dos doces que constituem hoje valioso património de Guimarães.
São quase quinhentos anos de história de doces para todos os gostos, muitos deles ainda hoje confeccionados, como é o caso da aletria, dos formigos (ou mexidos), do arroz doce, do leite-creme, dos doces de chá, dos massapães, das broinhas, dos ovos moles, das queijadas e de tantos e tantos outros, absolutamente proibitivos para quem é adepto de dieta rigorosa e saudável.
Mas o livro vai mais longe, porque pela primeira vez passa para o domínio do conhecimento generalizado a receita das famosas Tortas de Guimarães e do Toucinho-do-Céu, dois doces que são só nossos, e que perduram no tempo pelo gosto e teimosia da Pastelaria Clarinha, das Costinhas e da D. Helena Jordão. Com o apoio do Instituto Politécnico de Viana do Castelo, muito particularmente do Dr. Nuno Vieira e Brito e de duas mestrandas da escola, foi elaborado um estudo pormenorizado de caracterização desses dois doces, o que permitirá, no futuro, e caso seja essa a vontade de todos os agentes envolvidos neste processo, avançar para a sua certificação.
A publicação deste livro pela Câmara Municipal é um inestimável contributo para a preservação e divulgação de um património local riquíssimo, que tem já escala de valor apreciável na economia local, e que constituirá certamente mais um motivo de interesse para todos quantos nos visitam.
Para um apreciador destas gulodices, como confesso é o meu caso, aconselha-se leitura pausada do livro, pois só o mero folhear das páginas e a beleza das fotografias são o bastante para aumentar os níveis de colesterol!
sábado, 14 de janeiro de 2012
O desemprego jovem tem solução?
Nas últimas semanas, enquanto responsável pelo pelouro do Turismo na Câmara Municipal, tenho sido solicitado para dar muitas entrevistas. Hoje mesmo de manhã, ao lado do Presidente da Câmara, participei numa poule com jornalistas de vários órgãos de comunicação social europeus, entre os quais se destacavam a BBC e a agência de noticias France Press.
Já falei em posts anteriores do interesse generalizado da imprensa mundial na nossa cidade e das centenas de páginas e horas de rádio e televisão que têm dedicado a Guimarães. E do impacto positivo que todos desejamos tenha no turismo e na economia local.
A novidade hoje, porém, foi a pertinente questão da jornalista da BBC sobre o efeito que a CEC 2012 pode ter na diminuição do número de desempregados em Guimarães, que mostrou saber ser uma angústia do quotidiano local.
É uma questão pertinente; é um assunto que não pode ser escamoteado, embora de resposta difícil. Sabe-se que Guimarães tem mais de 13.000 desempregados e que cerca de 2.500 são jovens, a maior parte com licenciatura. Sabe-se igualmente que cerca de 8.000 têm mais de 45 anos e baixa literacia, numa grande maioria vítimas da crise do têxtil e da construção civil.
Num país mergulhado numa crise económica e financeira sem precedentes, com fortíssimas restrições ao crédito e impostos demasiado altos, não será fácil augurar dias melhores para estes dois sectores, o que significa que estarão igualmente longe os dias em que a situação seja revertida e que estas pessoas possam voltar a ser reintegradas no mercado do trabalho.
O apoio social, do Estado, mas também da autarquia, será decisivo para que estas pessoas possam ter, neste período de desesperança, o mínimo indispensável para viver. António Magalhães frisou mesmo que, se necessário fôr, sacrificará algumas parcelas orçamentais de áreas da actividade municipal para esse fim. Espera-se o mesmo do Governo, embora alguns sinais (preocupantes) sejam em sentido contrário.
Para os mais jovens, dotados com outras ferramentas de conhecimento, e como tive oportunidade de dizer à jornalista inglesa, a solução e a resposta terá de ser outra. Estes jovens não querem apenas sobreviver; querem ajudar a construir uma nova cidade, um novo concelho, um novo amanhã. Investiram muito na sua qualificação e querem colocá-lá ao serviço da comunidade. Eles são o upgrade que Guimarães necessita para alterar o seu paradigma económico e social. E merecem uma oportunidade. E se as empresas e os empresários locais desprezarem esse potencial humano, que ousem ser eles próprios a criar emprego. Há um novo mundo de oportunidades no setor do turismo, do design, dos serviços, nas indústrias criativas, na restauração, no artesanato ou nas artes, que urge aproveitar.
Tenho recebido alguns jovens na Câmara Municipal que me apresentam excelentes ideias e projetos, e a todos motivo a avançar. Não há futuro que se construa sem arrojo. Os obstáculos serão imensos e as dificuldades vão surgir em cada virar de esquina, mas pertence-lhes a eles, e só a eles, desenhar o mapa dos dias que virão. Se acreditarem nas suas competências, no valor das suas ideias e do seu potencial, o trabalho aparecerá. O trabalho, repito, para que não se confunda com o emprego, coisa bem distinta.
Já falei em posts anteriores do interesse generalizado da imprensa mundial na nossa cidade e das centenas de páginas e horas de rádio e televisão que têm dedicado a Guimarães. E do impacto positivo que todos desejamos tenha no turismo e na economia local.
A novidade hoje, porém, foi a pertinente questão da jornalista da BBC sobre o efeito que a CEC 2012 pode ter na diminuição do número de desempregados em Guimarães, que mostrou saber ser uma angústia do quotidiano local.
É uma questão pertinente; é um assunto que não pode ser escamoteado, embora de resposta difícil. Sabe-se que Guimarães tem mais de 13.000 desempregados e que cerca de 2.500 são jovens, a maior parte com licenciatura. Sabe-se igualmente que cerca de 8.000 têm mais de 45 anos e baixa literacia, numa grande maioria vítimas da crise do têxtil e da construção civil.
Num país mergulhado numa crise económica e financeira sem precedentes, com fortíssimas restrições ao crédito e impostos demasiado altos, não será fácil augurar dias melhores para estes dois sectores, o que significa que estarão igualmente longe os dias em que a situação seja revertida e que estas pessoas possam voltar a ser reintegradas no mercado do trabalho.
O apoio social, do Estado, mas também da autarquia, será decisivo para que estas pessoas possam ter, neste período de desesperança, o mínimo indispensável para viver. António Magalhães frisou mesmo que, se necessário fôr, sacrificará algumas parcelas orçamentais de áreas da actividade municipal para esse fim. Espera-se o mesmo do Governo, embora alguns sinais (preocupantes) sejam em sentido contrário.
Para os mais jovens, dotados com outras ferramentas de conhecimento, e como tive oportunidade de dizer à jornalista inglesa, a solução e a resposta terá de ser outra. Estes jovens não querem apenas sobreviver; querem ajudar a construir uma nova cidade, um novo concelho, um novo amanhã. Investiram muito na sua qualificação e querem colocá-lá ao serviço da comunidade. Eles são o upgrade que Guimarães necessita para alterar o seu paradigma económico e social. E merecem uma oportunidade. E se as empresas e os empresários locais desprezarem esse potencial humano, que ousem ser eles próprios a criar emprego. Há um novo mundo de oportunidades no setor do turismo, do design, dos serviços, nas indústrias criativas, na restauração, no artesanato ou nas artes, que urge aproveitar.
Tenho recebido alguns jovens na Câmara Municipal que me apresentam excelentes ideias e projetos, e a todos motivo a avançar. Não há futuro que se construa sem arrojo. Os obstáculos serão imensos e as dificuldades vão surgir em cada virar de esquina, mas pertence-lhes a eles, e só a eles, desenhar o mapa dos dias que virão. Se acreditarem nas suas competências, no valor das suas ideias e do seu potencial, o trabalho aparecerá. O trabalho, repito, para que não se confunda com o emprego, coisa bem distinta.
terça-feira, 10 de janeiro de 2012
O mundo descobriu Guimarães!
Rough Guides, Lonely Planet, New York Times, Chicago Tribune, Daily Express, Sunday Telegraph, Metro Internacional, Travel & Leisure, Myguide, Magazine Bons Plans, El UNiversal,Deutsch Welle, National Geografic, Visão, Expresso, New Yorker, etc, etc, etc.
Alguns destes nomes podem soar familiares; outros não. São nomes de alguns dos jornais, revistas, magazines e sites mais famosos do mundo; uns generalistas, outros especializados em turismo e viagens. Todos com um denominador-comum: nas últimas semanas elegeram Guimarães como um dos destinos turísticos mundiais mais promissor e com visita obrigatória em 2012.
Não se trata de publicidade paga ou enganosa. Não, nem engano sequer é.
Todos eles colocaram os seus jornalistas em Guimarães, curiosos por perceber os motivos que levam esta pequena cidade europeia a despertar tanto interesse e atenção.
O artigo do New York Times parece ter sido o "rastilho" deste interesse jornalístico global, mas o que mais me surpreende é a imagem positiva generalizada que Guimarães cria em cada jornalista que por cá passa. Muitos deles no mais puro anonimato. Uns dias de estada e de contacto com a nossa cidade são o bastante para uma paixão imediata, com palavras em textos que nos emocionam pela beleza descritiva dos recantos da nossa cidade, da singularidade das nossas gentes e do potencial turístico que este destino encerra.
O impacto destas notícias e reportagens não será apenas mensurável em 2012. Será bem mais duradoiro, prolongando-se pelos anos vindouros. E vão transformar Guimarães, não tenho dúvidas, num dos destinos turísticos mais procurado em Portugal pelos forasteiros. É inevitável. Assim aconteceu com muitas outras pequenas cidades do mundo, assim acontecerá com Guimarães.
Por muito mais não fosse, só por isto a CEC já teria valido a pena. Porque foi a ousadia de uma cidade em assumir-se como a capital cultural do povo europeu que despertou tanta curiosidade e atenção. Mas o resto, aquilo que se transforma em opinião válida e positiva do jornalista, já estava cá, já estava feito. A beleza ímpar do nosso património edificado, a sua reabilitação cuidada e meticulosa, uma dinâmica cultural fora do comum, a simpatia e bairrismo das nossas gentes, o asseio e beleza dos espaços públicos, tudo isso está cá, está feito, há muitos anos. E poucos desconhecem a quem se deve...
Assim, enquanto o mundo passa por cá para nos visitar e conhecer, dando ainda mais mundo a um cidade que promete não os desiludir; enquanto ganhamos um lastro de notoriedade que se afigura imparável, com benefícios futuros para a economia local; enquanto o mundo olha para nós com admiração e respeito; enquanto uns trabalham, discreta mas eficazmente, para que isto seja possível; enquanto tudo isto acontece... alguns entretêm-se a olhar de forma superficial e enviesada para a estatística, para a soma aritmética de valores descontextualizados, numa lógica em que a árvore impera sobra a floresta, procurando à lupa e descobrindo números que são conhecidos desde sempre, mas que repetidos nesta altura apenas nos apoucam e menorizam perante vizinhos e concorrentes.
Que bom seria que todos procurassem o lado bonito que a nossa cidade tem para mostrar!
segunda-feira, 9 de janeiro de 2012
O desporto no seu estado mais puro
No início do ano passado, a Câmara Municipal assinou com cinco clubes vimaranenses um Contrato-Programa que visava a requalificação das suas instalações desportivas, com a duração de quatro anos e um investimento municipal de um milhão de euros.
O objectivo era dotar esses clubes com melhores ferramentas para o excecional trabalho de formação que desenvolviam e todos eles canalizaram as verbas para a construção de relvados sintéticos nos seus complexos desportivos.
Primeiro foi o Brito a inaugurar o novo relvado. A festa repetiu-se no sábado à tarde em Pevidém. Estará para muito breve acontecer o mesmo em S. Torcato, nas Taipas e em Urgezes, onde se finalizam os trabalhos de construção dos novos sintéticos.
Este investimento localiza-se em quatro vilas e numa das maiores freguesias de Guimarães. E tem como destinatários cinco clubes com um trabalho notável ao nível dos escalões de formação, acolhendo centenas de jovens atletas.
As equipas seniores destes clubes disputam os campeonatos regionais de futebol, bem longe das luzes da ribalta, pelo que é louvável a postura dos seus dirigentes, que canalizam o seu trabalho e a sua diminuta capacidade financeira na criação de condições que potenciem o desporto formativo, ajudando crianças e jovens a ocupar sadiamente os seus tempos livres.
Este é o caminho. Talvez o único caminho possível num tempo onde escasseiam apoios, voluntarismo e dinheiro.
O desporto-rei, transformado em desporto-espectáculo, vive agrilhoado pela gula dos empresários de futebol e dos shares televisivos, iludindo dirigentes desportivos na vã glória do resultado desportivo fácil e imediato. A consequência é previsível: só alguns, muito poucos mesmo, podem ganhar jogos e dinheiro; os outros, quase todos, vivem de ilusões e de orçamentos fantasiosos, empurrando os clubes para um poço do qual dificilmente podem sair.
A aposta na formação, em instalações desportivas modernas e versáteis, definindo objectivos desportivos realizáveis e sensatos... só esse pode ser o caminho. Qualquer outro inevitavelmente conduz ao abismo. Mais cedo ou mais tarde.
quinta-feira, 5 de janeiro de 2012
Guimarães: destino turístico de excelência
A CEC 2012 será uma oportunidade de ouro para Guimarães se afirmar como "o" destino de turismo cultural mais importante do nosso país.
Pode parecer uma ousadia gratuita esta declaração, para mais quando concorremos com cidades como o Porto, Évora, Sintra ou Angra do Heroísmo, todas elas reconhecidas como património cultural da humanidade pela UNESCO, mas acredito convictamente no que declaro.
Para além de alguns sinais de desagrado por parte da UNESCO do que se (não) vai fazendo nessas cidades, Guimarães marca pontos de reconhecimento generalizado pelo trabalho sistemático, meticuloso, estruturado e constante que realiza.
A simbiose quase perfeita entre investimento público e iniciativa privada, com o primeiro manifestamente a induzir o segundo (nunca se viram tantos proprietários a recuperar as suas casas na área classificada como hoje), aliada à notoriedade internacional que a CEC nos oferece, tem feito com que Guimarães seja fonte de notícia em todo o mundo; e todo o mundo, de repente, quer conhecer esta pequena cidade da periferia europeia, que ousa emergir num país angustiado e deprimido, sem medo do futuro, que confia em si e nos seus, chamando-os a fazer parte de um projecto colectivo de esperança.
Nas últimas semanas, dezenas de jornais, revistas e televisões de todo o mundo passaram por cá e anunciaram o que alguns de nós (alguns com muita responsabilidade política) não querem ver: Guimarães é um destino turístico com elevado potencial, reunindo condições únicas para proporcionar a quem nos visita uma experiência excepcional.
Não seremos nunca, nem o queremos ser sequer!, um destino de massas. Um destino turístico desse tipo sobrevive apenas, dependente da sazonalidade, da moda, do efémero. Guimarães constrói-se na sua autenticidade, na sua especificidade, que o torna único e inimitável, despertando em cada turista ou visitante o desejo de regressar e de replicar por outros a imagem positiva que daqui guarda ou leva.
Comparar Guimarães com Braga ou Viana, como recentemente o principal partido da oposição na nossa cidade o fez, reduzindo a dimensão da importância do turismo à mera aritmética do número de visitantes, camas vendidas ou unidades hoteleiras instaladas, confundindo escalas de valor e métodos de comparação, é exercício de pura retórica, centrando a discussão no acessório.
Guimarães afirma-se em cada dia que passa como um destino turístico incontornável, sustentável e consistente. Basta andar pela cidade, ouvir o que dizem de nós e os elogios que de fora nos tecem.
Porventura não temos tantos turistas como Braga, ou Porto, ou Évora, ou Sintra; mas enquanto caminhamos com passos firmes e seguros, com indices de crescimento consistente nos últimos anos, os outros vão perdendo turistas, importância e notoriedade.
Subscrever:
Mensagens (Atom)